Cesp, Light e Cemig são geradoras mais afetadas pelo risco hidrológico
18/06/2018 15h58
Os preços mais elevados de energia no mercado de curto prazo devem beneficiar as geradoras Copel, EDP Energias do Brasil e Engie, uma vez que elas têm capacidade descontratada, segundo o UBS.
No caso das companhias Cesp, Cemig, Light e AES Tietê, o cenário seria melhor se os preços de energia recuassem. Em relatório, os analistas do UBS Marcelo Sá e Fernando Zorzi apontaram que essas empresas precisariam comprar energia no mercado à vista para cobrir a exposição ao risco hidrológico (medido pelo fator GSF, na sigla em inglês).
A Cesp seria a mais afetada no cenário em que o GSF fique em 16,1% neste ano, com o preço de liquidação das diferenças (PLD, preço referência das operações de energia no mercado de curto prazo) em R$ 282/MWh em média.
Segundo os analistas, nesse cenário, a Cesp teria uma exposição de 131 MW médios no mercado à vista, resultando num efeito negativo de R$ 357 milhões no seu lucro.
A Cemig é a segunda mais afetada da amostra considerada pelo UBS, com exposição de 36 MW médios, efeito negativo de R$ 185 milhões no lucro.
A Light teria exposição de 18 MW médios. Pelos cálculos dos analistas, isso equivale a um efeito negativo de R$ 86 milhões no seu lucro líquido.
Na outra ponta, a Engie é a geradora que mais tende a ganhar com essa situação, por ter cerca de 301 MW médios em energia descontratada disponível para ser vendida mesmo considerando o GSF do período. Isso deve trazer um ganho adicional de R$ 292 milhões para o resultado da companhia neste ano.