"Logo que ela nasceu, no dia 5 de outubro, uma semana depois já dei entrada [ao pedido de salário-maternidade]. Depois de 15 dias, recebi um aviso de que [o benefício] tinha sido aprovado, já poderia receber em novembro. Achei rápido até. Fui lá na agência do Banco do Brasil no dia que indicaram, achando que estava tudo certo, mas lá já deu o primeiro rolo, dizendo que, na base de dados, estava o nome de solteira. Então, não podia receber.
Aí começou a maratona. Para atualizar, liguei no 135 [telefone do INSS], falaram que dá para fazer no próprio portal [Meu INSS]. Sabe como são burocráticos, né? Fiz o passo a passo, anexei a certidão de casamento, tudo certo, mas o portal não aceitava o pedido, falava que o CPF era divergente, como se fosse diferente, mas estava certo.
Liguei para eles de novo, só então falaram que o site está com problema mesmo. Consegui resgatar o pedido, mas me obrigaram a ir presencialmente para validar a certidão, para atualizar os dados. Aí não conseguia agendar, dizia que o sistema estava fora [do ar]. Eu ficava ligando, com bebê pequeno precisando de atenção. Tinha dia que nem ligava, não aguentava mais passar nervoso.
Finalmente consegui, tentei agendar na Lapa, mais perto de casa, mas avisaram que não tem vaga. Qual tem? Pinheiros. Isso já era 18 de novembro. Quando cheguei lá, falaram que só na minha agência poderia autenticar automaticamente. Então, tinha que esperar a liberação no portal. Parecia que ficavam dificultando de propósito.
Demorou um mês para aparecer como concluído, já era entre Natal e Ano Novo. Fomos ao Banco do Brasil achando que estava tudo certo e, quando chegamos, continuava com o nome de solteira. Eu chorei de raiva, não estava mais aguentando. Insisti tanto que a mulher do banco ligou para o 135 comigo. Só que eles também não ajudaram. Corri, no mesmo dia, para a agência do INSS, e a pessoa finalmente deu a informação certa: eu tinha que esperar 30 dias depois de atualizar no INSS para atualizar no BB. Isso daria no fim de janeiro.
Então, no começo de fevereiro, eu recebi os pagamentos de dezembro e janeiro, mas o de novembro, a primeira, eu tive que fazer um novo requerimento, porque já tinha passado do tempo máximo. Então, era solicitação de não recebido. Agora, em março, devo receber as outras duas.
Eu não estava contando com este dinheiro para pagar as contas, mas ele já tinha destino certo: ajudar a pagar um funcionário fixo que contratei nesse tempo para ajudar com a casa. Esse atraso atrapalhou todo o planejamento, mas imagina quem precisa?
O que mais irrita é a burocracia com falta de informação. São muitos passos, tive de ir quatro vezes no banco, duas vezes presencialmente no INSS, fora as muitas ligações. Tudo isso com um bebê de um mês, imagina? O contribuinte não merece isso."