O Brasil é um dos maiores produtores de proteína animal do mundo, com um rebanho de 213 milhões de bovinos, 40,6 milhões de suínos e cerca de 1,6 bilhão de aves comerciais. Mas nem só de carnes vive o setor frigorífico.
Nas indústrias do setor, a reciclagem animal é um lucrativo e sustentável negócio que, em 2020, movimentou R$ 8,3 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Reciclagem Animal (Abra) com a transformação de 13,5 milhões de toneladas de resíduos. E a expectativa é que, neste ano, o setor supere os resultados, com a abertura de novos mercados externos.
Ossos, vísceras, couro, penas, casco, chifres, gorduras e sangue, um conjunto que compõe, em média, 30% do peso dos animais, são transformados por indústrias especializadas em farinha, gorduras, gelatina e hemoderivados (derivados de sangue).
Esses materiais servirão de matérias-primas para segmentos que produzem itens da rotina da população, mas que poucos se dão conta: ração para pets e animais de criação, produtos de limpeza, cosméticos, biodiesel, energia e medicamentos.
A reciclagem animal transforma 100% dos resíduos gerados pela cadeia da pecuária bovina, avicultura, suinocultura e piscicultura. "É um setor que não tem controle da quantidade de matéria-prima, pois depende do abate de animais pela indústria frigorífica, mas tudo o que é gerado, é transformado", declarou o presidente da Abra, Decio Coutinho.