A crise político-institucional, alimentada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e por seus apoiadores, inclusive representantes do setor agrícola, ameaça prejudicar segmentos do agronegócio no curto prazo.
Para exportadores, pouca coisa muda, mas para setores como legumes, frutas e verduras, arroz, feijão e culturas produzidas para o mercado interno, o cenário não é bom. No final, será o consumidor quem mais sentirá os efeitos.
Especialistas avaliam que a mistura de confusão política, crises de água, energia, covid-19 e mudanças climáticas (estiagem, principalmente) é um risco ainda maior para a economia.
O enfraquecimento do real e novas altas na inflação são os primeiros sintomas que aparecem e, como os insumos usados na agropecuária são importados, o efeito é o aumento no preço dos alimentos.
Na semana passada, a polarização política movimentou o setor. Sete entidades da agroindústria se posicionaram contra os atos do governo, por meio de um manifesto, pedindo "mais democracia e menos politização".
Do outro lado, a associação que representa produtores de soja, com mais de 10 mil agricultores associados, declarou apoio aos atos pró-governo de 7 de Setembro.