Toda semana é assim: o consumidor vai ao supermercado e se depara com preços cada vez mais altos para a carne bovina. Então, aqui vai um recado: essa alta só deve parar a partir de 2022, analisam especialistas em pecuária de corte e mercado de carne. Existem muitas razões para isso, que envolvem problemas no campo e na cidade.
Nas fazendas de pecuária de corte, os problemas que encarecem a produção de carne esbarram no ciclo 'alto' da pecuária, em que faltam animais prontos para o abate, na seca que atinge todo o país e reduz a qualidade das pastagens disponíveis e na alta dos custos de produção em dólar, necessários para suprir a falta de pastos para o rebanho.
Já na cidade, os problemas são econômicos: o poder de compra da população foi reduzido, o que levou os consumidores a substituírem a carne bovina por outras fontes de proteína mais baratas, como o ovo.
"O consumo já vinha caindo desde o começo da pandemia e o fim do auxílio emergencial fez com que a população realmente ficasse sem possibilidade de comprar carne", diz Guilherme Cunha Malafaia, especialista do Centro de Inteligência da Carne (Cicarne), da Embrapa Campo Grande (MS).