O Plano Agrícola e Pecuário (PAP), dinheiro que o governo disponibiliza anualmente como crédito para o financiamento do agronegócio e com juros subsidiados, foi anunciado na semana passada.
Para a safra 21/22, que começa em setembro, os recursos são de R$ 251,2 bilhões, 6,3% acima do ofertado em 2020. No pacote, estão contempladas linhas de crédito para o custeio e a comercialização da safra (R$ 177 bilhões) e investimentos (R$ 73,4 bilhões).
Todas as linhas oferecidas tiveram aumento significativo entre um ano e outro, menos o Moderfrota, Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras, que permite aos agricultores renovar os veículos com juros menores.
Em 2020, havia R$ 8,7 bilhões disponíveis para isso, e o dinheiro acabou antes do fim do plano porque teve muita procura. Neste ano o governo anunciou R$ 7,5 bilhões, uma redução de 13,8%. "Vai faltar dinheiro para o agricultor renovar as frotas em 2022", afirmou o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), Pedro Estevão Bastos.
Segundo ele, o mercado de máquinas movimenta em torno de R$ 60 bilhões em créditos por ano e oferece R$ 7,5 bilhões é como "forçar o produtor rural" a recorrer aos bancos e instituições privadas para comprar máquinas, que praticam juros mais altos e que variam conforme a inflação. No início do ano, a CSMIA havia solicitado R$ 14 bilhões.