Tomate, alface, cebola e cenoura, o quarteto tradicional no prato de salada do consumidor brasileiro deve ficar mais caro nos próximos meses.
O agricultor paga em dólar o custo de produção desses alimentos, que pertencem ao chamado grupo LFV (legumes-frutas-verduras). E vende em real. Com a alta do dólar, fica mais difícil. Mas não é só isso: a pandemia derrubou o consumo, o clima instável atinge diretamente essas culturas mais sensíveis e a falta de uma política de regulação de preços piora tudo.
Com a queda brusca no consumo de legumes, frutas e verduras durante a pandemia, os produtores ficaram desestimulados a investir na produção e reduziram as áreas plantadas, para minimizar o prejuízo.
João Paulo Deleo, analista agrícola do Centro de Estudos avançados em Economia Aplicada (Cepea), órgão ligado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Usp), de Piracicaba (SP).
A redução na área cultivada cortou a oferta e ajudou a equilibrar a relação com a demanda. Mas ainda há outros custos, como mão de obra e logística, diz Deleo.