O clima seco está interferindo no desenvolvimento das lavouras, principalmente na safra de inverno, que é quando os agricultores plantam e colhem a maior parte do milho produzido no ano. O resultado poderá ser sentido, já nas próximas semanas, na conta do supermercado. Isso porque, com menos milho disponível no mercado, os preços sobem e, consequentemente, também sobem os custos para produzir frangos, ovos, carne e leite (e tudo o que deriva desses ingredientes).
A agricultura segue um calendário que precisa ser cumprido à risca: no final do ano, inicia-se a safra de verão, com o plantio de soja e milho. Com as chuvas do período, as lavouras crescem rápido para serem colhidas entre meados de fevereiro e abril para, então, plantar a safra de inverno. Só que, no ano passado, a chuva não veio, os plantios de verão atrasaram, assim como a colheita, empurrando a safra de inverno (também chamada de safrinha ou segunda safra) para frente.
Resultado: houve queda na produtividade das lavouras de milho do verão, a janela de cultivo para o milho do inverno encurtou, o clima continuou seco, as pragas atacaram as lavouras e os preços estão em alta.
Por um lado, pode ser bom para o agricultor - se ele não perder todo o milho plantado e amargar um baita prejuízo, vai vender a commodity por preços mais valorizados no mercado internacional. Por outro, é ruim para o consumidor, que vai sentir no bolso mais uma alta no preço dos alimentos.