Comprar a casa própria

Veja dicas e cuidados na hora de escolher, negociar e comprar um imóvel

Claudia Varella Colaboração para o UOL, em São Paulo

Perseguir o sonho da casa própria envolve uma série de decisões difíceis e que podem impactar a vida do comprador por anos ou até décadas. Como escolher o imóvel? Comprar novo ou usado? Pronto ou na planta? Como funciona o financiamento? Que custos extras precisam entrar na planta?

O UOL conversou com especialistas para montar este guia e ajudar você a tomar as melhores decisões.

O que levar em conta na hora de escolher o imóvel

  • Tamanho

    Depende de quantas pessoas vão morar nele (uma pessoa, um casal ou um casal e filhos?)

  • Características

    Defina se quer apartamento de frente para a rua ou de fundo, em andar baixo ou alto, com ou sem varanda, se quer área de lazer e de quantas vagas na garagem você precisa

  • Localização

    Avalie a infraestrutura da região, como escolas, supermercados, farmácias, transporte e áreas de lazer. Isso pode fazer com que o imóvel se valorize com o tempo.

  • Estado de conservação

    No caso de imóvel usado, observe se há necessidade de fazer reformas ou reparos

  • Reputação da construtora

    Se o imóvel é novo ou ainda está na planta, pesquisa o histórico e a reputação da construtora

  • Documentos em dia

    Veja se certidões, registros e outros documentos legais do imóvel estão em dia. Cheque se o imóvel está em meio a um processo de inventário litigioso, que pode complicar a compra.

  • Condomínio

    Avalie se condomínio é bem cuidado, se as regras são respeitadas e se ele possui dívidas.

  • Gastos com IPTU e condomínio

    Além do imposto municipal, é preciso considerar o rateio mensal de despesas, cobrado em condomínios residenciais.

É melhor comprar à vista, financiar ou alugar?

Depende. Ao pagar aluguel, você libera capital para investir em outras aplicações, que rendam juros. Mas é preciso avaliar o valor do aluguel e das parcelas de financiamento, segundo Edilson Junior, CEO do Grupo CF e conselheiro do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio de Janeiro. Também é preciso avaliar se o imóvel comprado vai se valorizar com o tempo.

A assessora de investimentos Luciana Ikedo recomenda considerar o custo com o aluguel de um imóvel semelhante ao que se pretende comprar. "Muitas vezes, vale muito mais a pena, do ponto de vista financeiro, seguir com a locação e investir muito bem os seus recursos financeiros, garantido a rentabilidade e a liquidez", declara.

Imóveis são investimentos pouco líquidos, ou seja, caso precise do dinheiro, o dono pode ter que esperar muito tempo até conseguir vendê-lo.

À vista ou financiado?

Depende de quanto dinheiro você tem e de quais são as taxas de juros no momento da compra, diz Marcelo Milech, planejador financeiro da Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros). Se o dinheiro do comprador está aplicado e rendendo juros mais altos do que os cobrados no financiamento, pode ser interessante financiar, afirma.

Por outro lado, no pagamento à vista, é possível negociar melhor as condições de compra, inclusive um desconto no preço do imóvel.

Veja as linhas de crédito imobiliário oferecidas por 5 bancos

  • Caixa

    O banco financia até 80% do valor do imóvel. São quatro linhas de crédito, com taxas que variam de 2,95% a 9,75% ao ano. O prazo de financiamento vai de 120 a 420 meses (10 a 35 anos).Desde 1º de março, oferece uma linha de crédito corrigida pela caderneta de poupança. Os juros anuais ficam entre 3,35% (correntistas) e 3,99% (não correntistas), mais a variação da poupança, hoje em 1,4%.

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  • Banco do Brasil

    O banco financia até 80% do valor do imóvel. A linha de crédito tem operação no SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e na CH (Carteira Hipotecária) indexadas à TR, ou taxa referencial. As taxas de juros são a partir de 6,29% ao ano. O tempo de financiamento é de até 360 meses (30 anos).

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  • Santander

    O banco financia até 80% do valor do imóvel. Possui linhas com taxas de 6,99% a 10% ao ano + TR. O tempo de financiamento é de até 420 meses (35 anos).

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  • Itaú Unibanco

    O banco financia até 90% do valor do imóvel, com taxas de juros de 5,92% a 6,9% ao ano + TR. O tempo de financiamento é de até 360 meses (30 anos).

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  • Bradesco

    O banco financia até 80% do valor do imóvel, com taxas de juros a partir de 6,7% ao ano + TR. O prazo de financiamento é de até 360 meses (30 anos).

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Como é o pagamento do financiamento de imóvel na planta

É de um jeito antes da entrega das chaves, e de outro depois, diz Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP

Antes

Durante a construção (de 16 a 36 meses), paga-se mensalmente um valor de entrada, que pode ser de 20% a 30% do preço do apartamento. Nesse período, o saldo devedor e as parcelas são reajustados por um índice de inflação do setor, o INCC (Índice Nacional de Construção Civil).

Depois

No momento da entrega, o comprador pode pagar à vista o saldo restante à incorporadora ou fazer um financiamento bancário, que é o mais comum.

Como é o financiamento de imóvel pronto

  • 1

    Aprovação

    Banco avalia o imóvel e as condições de renda do comprador e decide se aprova o financiamento.

  • 2

    Prestações

    São compostas pelo pagamento do saldo principal, mais juros.

  • 3

    Prazo

    Dá para financiar até 90% do valor do imóvel em um prazo de até 35 anos.

  • 4

    Taxa de juros

    Pode ser prefixada (combinada no momento da contratação) ou pós-fixada (atrelada a algum índice, como inflação ou rendimento da poupança).

  • 5

    Tipos

    Há vários, como o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos da poupança, que costuma ter taxas mais baixas financiamento com hipoteca e financiamento diretamente do construtor.

Quanto da minha renda devo comprometer

Marcelo Milech, planejador financeiro da Planejar

Verifique se há certa estabilidade na sua renda e se as prestações não representam mais do que 25% a 30% do seu orçamento. Acima disso, o risco de inadimplência aumenta muito.

Marcelo Milech, planejador financeiro da Planejar

Outras despesas importantes para ficar de olho

Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP

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