As manifestações que pedem "intervenção militar com Bolsonaro no poder" e as que exigem o impeachment do presidente têm algo em comum: um punhado de bandeiras produzidas pela mesma gráfica no interior de Minas Gerais.
Quem busca por "Bandeira Bolsonaro" ou "Bandeira Lula" no MercadoLivre cai logo nos anúncios da Seriarte Digital, comandada por Hugo César de Oliveira.
Hugo tem 40 anos e há 24 trabalha na confecção de materiais gráficos. Em 2018, ano eleitoral, percebeu que vender material político é um nicho lucrativo —principalmente se você atender todos os lados com eficiência e educação.
E foi assim que a Seriarte Digital decolou.
A gráfica fica em Santo Antônio do Monte, cidade de 29 mil habitantes a 200 km de Belo Horizonte. A localização importa menos do que o selo "MercadoLíder Gold", concedido aos vendedores mais bem avaliados da plataforma de e-commerce.
Oliveira também anuncia bandeiras pela Magalu. Mas como o site não aceita materiais políticos, perde a maior parte da demanda. "Hoje posso dizer que metade da empresa é venda online. No último mês, 60% das minhas vendas foram de produtos políticos", diz o empresário.