Cada profissional vai oferecer serviços diferentes. Para saber qual deles escolher, é importante entender até o próprio perfil, se tem conhecimento do mercado ou se é leigo no assunto, se tem tempo para se dedicar às tarefas necessárias para fazer os investimentos - pesquisar produtos, comparar taxas, entrar em contato com as corretoras, checar saldos - e se gosta ou não de autonomia para investir.
Segundo Luiz Felipe Abreu, coordenador de produtos para empresas na Órama Investimentos, o cliente deve buscar referências sobre a assessoria e pesquisar se o serviço oferecido está em linha com seus objetivos financeiros. Um planejador financeiro, por exemplo, cuida de toda a vida financeira do cliente e pode orientar muito além de como investir.
Hoje, falamos também da importância da construção de um planejamento patrimonial, que vai além de investir. É criar estratégias de proteção, consolidação e, até mesmo, sucessão de patrimônio. Então o cliente precisa conhecer a empresa e avaliar se os valores dela casam com os dele.
Pier Mattei, CEO da Monte Bravo Investimentos
Jayme Carvalho, conselheiro da Planejar, destaca a necessidade de entender como a empresa trabalha, sob qual modelo de remuneração, se quem paga é o cliente ou uma corretora. Isso também deve entrar na conta na hora de escolher um profissional ou serviço.
É preciso saber se o cliente paga pelos serviços através de comissão ou se paga uma taxa mensal ou anual. Deve verificar qual o time da assessoria, experiência dos profissionais, certificação dos funcionários.
Jayme Carvalho, conselheiro da Planejar
Guilherme Prado, chefe comercial da empresa de investimentos Fiduc, explica que os custos para esses profissionais podem ser a partir de 0,5% ao ano, que é a versão mais barata, porque se baseia no autosserviço, quando o investidor tem acesso a alguns recursos online que lhe possibilitam tomar suas próprias decisões, como cursos sobre investimentos, relatórios diários, esclarecimento de dúvidas via chatbot etc.
As taxas podem chegar a cerca de 2% ao ano mais taxa de performance, nos casos mais caros. Essa faixa inclui apenas investimentos, e pode ser ainda mais cara, se incluir finanças pessoais e acompanhamento.
A taxa de performance é o percentual cobrado quando se consegue uma rentabilidade superior ao benchmark (índice de referência). É cobrada sobre o ganho. Prado simula uma situação: um cliente investiu R$ 100 mil em um fundo que cobra 0,5% de taxa de administração e mais 20% de taxa de performance, cuja referência é o Ibovespa.
Ao final de um ano, suponha que a rentabilidade desse fundo tenha sido de 10%. Sobre esses R$ 110 mil finais, deverá ser pago 0,5% de taxa de administração (R$ 550). Além disso, considerando que o Ibovespa subiu 5% em um determinado ano, a rentabilidade do fundo superou o Ibovespa em 5%. Então, os 20% de taxa de performance serão cobrados em cima desses 5% de rentabilidade a mais, ou seja, R$ 5.000, o que dá um custo de mais R$ 1.00. Então o custo do cliente nesse investimento, ao final de um ano, é de R$ 1.550.