O número de bovinos engordados pelo sistema de confinamento subiu 1,6% neste ano. Parece pouco, mas o setor comemora porque 2021 foi difícil. A previsão para 2022 é melhor: deve ficar 5% acima das 6,5 milhões de cabeças deste ano. A previsão é dos responsáveis pelo Censo de Confinamento da empresa do setor de agro DSM.
O gado confinado é criado em locais fechados, com ração mais controlada. O boi no pasto fica solto e pode comer tanto a grama quanto a ração. O tipo de alimento interfere na qualidade da carne. Em geral, produtores de confinamento, dizem que a carne do sistema é melhor, mas estudos mostram que isso não acontece necessariamente. Os bois confinados são minoria no Brasil (cerca de 10% da produção).
Os produtores veem um cenário otimista para a pecuária de corte em 2022, com preços mais baixos de grãos como milho e soja usados na comida do gado. Neste ano, esses e outros custos de produção, como os dos bezerros para reposição, dispararam.
Pecuaristas e analistas esperam ainda condições climáticas favoráveis a partir de janeiro. Eles lembram que a seca prejudicou pastos, confinamentos e lavouras pelo país.
O ânimo é atribuído também ao retorno da China às compras de carne bovina brasileira, anunciado na quarta-feira (14). A suspensão das importações pelo país asiático, em setembro, fez a cotação da arroba cair e levou à freada nos abates por parte dos frigoríficos.
Mas também há desafios: supermercados europeus anunciaram na quinta-feira (16) a suspensão da venda de carne brasileira porque estaria vindo de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia.
A crise econômica e o baixo poder de compra do consumidor brasileiro são outros problemas e reduziram o consumo no país.
Mesmo com a instabilidade da pecuária em 2021, atingir 6,5 milhões de cabeças confinadas agrada o setor. Isso representa alta de 1,6% em relação aos 6,4 milhões de animais em 2020 e acompanha a evolução histórica de crescimento anual. Lembrando que os 6,4 milhões de 2021 já tinham sido um recorde.
O levantamento da DSM é bastante esperado devido à amplitude e confiabilidade. Pelo menos 600 profissionais percorrem os Estados e avaliam centenas de confinamentos.