UOL - A Pfizer depôs na CPI da Covid ano passado. Quais lições tirar da investigação e da relação com o governo?
Carlos Murillo - Acredito que, como sociedade, aprendemos muito, porque o mundo não viveu uma situação tão complexa [quanto a da pandemia] nos últimos cem anos. Na maioria das vezes, as questões não são "preto no branco". A complexidade de um país como o Brasil faz com que as coisas não sejam fáceis.
Naquele momento, havia muito desconhecimento. Perguntava-se sobre a vacina, qual seria a efetividade, quando iria chegar, quais seriam os resultados.
Para mim, o grande aprendizado — e acho que o Brasil é um exemplo disso —, foi a importância da colaboração entre diferentes atores da sociedade.
A Pfizer teve uma participação fundamental com sua vacina, mas também a comunidade médica, o governo que fez o que tinha que fazer, e a sociedade civil que juntos levaram a vacina onde tinha que chegar.
Tenho utilizado muito, fora e dentro da companhia, o exemplo do Brasil porque aqui [a imunização] começou mais devagar, por muitas razões. Mas veja onde está agora.
Que lições tirar da crise da covid-19?
Aprendemos que, em uma situação como esta, é preciso ter sistemas de saúde robustos, e que a saúde deve ser considerada prioritária. Reordenamos as prioridades na vida pessoal, mas também coletiva.