UOL - Qual o melhor plano econômico de recuperação do Brasil depois da pandemia?
Helena Lopes Caldeira - Em geral, há uma agenda de propostas de reformas que é importante e, em uma visão mais de longo prazo, é natural passar por ela, mas acho que tudo depende do contexto. Será um passo depois outro para que vejamos essas reformas ocorrendo.
Por onde o governo deve começar essa agenda?
O mais importante é conseguir ter uma agenda que traga uma visão sustentável de longo prazo. Sabemos que a forma que temos hoje não é sustentável.
Podemos pensar em começar com algo mais brando e depois evoluir. Não será fácil, nunca é uma discussão fácil, mas as reformas terão que acontecer.
O que muda para o Inter na migração da B3 para a Nasdaq [Bolsa norte-americana]?
Para o cliente, a relação com a empresa não vai mudar. É um dos principais desafios da empresa neste segundo semestre. O que pretendemos fazer é migrar a listagem do banco Inter, que hoje é na B3, para uma empresa-mãe, que vai se chamar Inter Plataform, a holding que será listada na Nasdaq.
Queremos estar em um ambiente mais maduro, que tenha mais competidores e companhias listadas mais similares ao Inter atualmente. Lá fora, temos acesso a uma estrutura de voto plural, em que o controlador pode ter um direito de voto mais amplo e, mesmo com menos aumentos de capital, ele continua definindo. O objetivo é basicamente não limitar o crescimento da companhia.
O que significa a compra da fintech Usend para a expansão internacional do banco?
O principal objetivo é acelerar a chegada de nosso "Super App" aos Estados Unidos, com licenças, tecnologia e a experiência de um time local com amplo conhecimento e vivência no mercado, fatores decisivos para posicionar o Inter como uma plataforma completa, com produtos e serviços mais baratos, justos e eficientes. Queremos nos posicionar como um "full digital banking" e aumentar a competitividade em um mercado endereçável relevante.