UOL - A política internacional do governo interfere diretamente nas negociações de vocês com outros países?
Lorival Luz - Sem dúvida impacta. Toda relação comercial que temos se inicia de uma relação diplomática entre os países para fazermos acordos bilaterais. Quanto melhor for a relação com um maior número de países, mais as portas se abrem, não tenha dúvida disso. Temos clientes de longuíssima data com vários países. Não fazemos um relacionamento oportunista.
A BRF fechou 2020 com lucro líquido de R$ 1,39 bilhão depois de amargar um prejuízo em 2019 de R$ 4 bilhões. O que vocês fizeram de diferente?
Trabalhamos em várias dimensões, como cultura da companhia, princípios de qualidade, de integridade, de segurança, inovação, adequação de produtos. Aumentamos a base em mais de 140 mil clientes. Com isso, reduzimos a alavancagem, aumentamos a margem, e diminuímos a saída das lideranças da companhia.
Quais são os desafios do segmento de alimentação no país?
Atualmente, o grande desafio que toda indústria está enfrentando é em relação aos insumos de forma geral. Os preços de commodities [matérias-primas], diesel e outros insumos tiveram um aumento significativo nos últimos seis meses. Estamos trabalhando para conseguir neutralizar todos esses aumentos.
E, sem dúvida, a carga tributária e a complexidade do sistema tributário brasileiro são diferenciadas do resto do mundo -para o lado negativo. Precisamos de uma simplificação, que evite múltiplas interpretações.