Menos imposto, mais remédio

Carga tributária menor sobre medicamentos facilitaria acesso de pacientes à inovação, diz chefe da Roche

Beth Matias Colaboração para o UOL, em São Paulo Arte/UOL
Carine Wallauer/UOL

Foco na saúde

A redução de impostos sobre remédios e pesquisa facilitará o acesso do paciente à inovação, diz o presidente da Roche Farma do Brasil, Patrick Eckert, em entrevista exclusiva na série UOL Líderes. Para ele, a reforma tributária é uma questão de sustentabilidade e possibilita a abertura de discussões no Congresso sobre temas importantes como o da saúde.

Na entrevista, o executivo fala sobre a decisão da Roche em fechar o laboratório no Rio de Janeiro, sobre a luta para diminuir o tempo de aprovação de pesquisas e o lançamento de novos medicamentos para doenças raras (esclerose múltipla), hemofilia e câncer de mama.

Ele se declara contra a quebra de patentes, afirma que medicamentos e pesquisas serão cada vez mais personalizados e diz que o brasileiro precisa enfrentar o medo de ter um diagnóstico precoce de câncer.

Menos impostos para remédios

Ouça a íntegra da entrevista com o presidente da Roche Farma do Brasil, Patrick Eckert, no podcast UOL Líderes. A entrevista completa em vídeo com o executivo está disponível no canal do UOL no YouTube. Continue nesta página para ler o texto.

Efeito colateral dos impostos

UOL - Quais são os principais desafios da indústria farmacêutica no Brasil?

Patrick Eckert - O principal desafio é como trazer inovação para um sistema de saúde, de forma sustentável, o mais rápido possível e para um maior número de pacientes possível.

E como trazer mais inovação para esse sistema?

A maior oportunidade que temos dentro do âmbito da saúde é fazer mais parcerias, de forma bem transparente, ajudando o sistema de saúde, sendo ele público ou privado, a ter mais previsibilidade em cima do gasto [orçamento] para que o paciente possa seguir todo o tratamento.

Que aspectos o senhor defenderia em uma reforma tributária?

Espelhar um pouco mais o que tem acontecido lá fora. Vários países passaram exatamente pelo momento em que estamos aqui no Brasil e encontraram soluções que foram boas para todo mundo.

É preciso essa abertura de olhar e perceber o que está faltando dentro do nosso sistema, o que o torna ainda muito burocrático, muito pesado, sem muitos incentivos. Vamos trazer boas ideias para cá e que beneficiem novos investidores.

O senhor defende a redução de impostos sobre os medicamentos?

É uma das frentes que pode ser discutida, mas não é a única. Se olharmos para fora do Brasil, os impostos cobrados não fazem sentido. Lá fora, ao contrário, são retirados impostos -desde a pesquisa até o remédio comercial. Porque isso facilita o acesso do paciente à inovação. Se, por um lado, é importante não deixar cair a arrecadação, porque entendemos que é importante, por outro é preciso saber como ela é feita e quais os efeitos colaterais dos impostos.

Qual é a carga tributária hoje em cima dos medicamentos?

Não tenho exatamente os números, mas há uma carga muito alta em comparação a qualquer outro país.

Como o senhor vê a reforma tributária?

É uma questão de sustentabilidade. É um teste grande para ver se também conseguimos colocar em discussão outros temas que são de igual importância para o futuro do Brasil.

Quais são esses temas?

Temas de saúde, por exemplo. Se pensar como precisamos garantir o acesso a qualquer tipo de remédio, desde a prevenção até os tratamentos. E como a gente faz isso de uma forma transparente e sustentável para o sistema. Esse é um dos temas.

Como o senhor vê a relação entre planos de saúde, médicos e usuários?

Na medicina privada, há um modelo mais ajustado. Há alguns modelos verticalizados, outros que são mais diretos, há os modelos autônomos. Ainda não há um modelo perfeito. Mas também vejo que, como são modelos menores, temos mais oportunidades de testar parcerias um pouco diferenciadas.

Eu e minha equipe estamos sempre em diálogo para testar qual será o modelo que vai garantir uma sustentabilidade no sistema privado no Brasil. Não chegamos ainda a isso. É sempre muito difícil dar o primeiro passo porque ninguém quer abrir mão do que tem.

Hoje em dia há uma pressão grande em cima do sistema de saúde, com grandes gastos e com as novas tecnologias que estão chegando e incrementam o custo.

A Roche é assim

  • Fundação

    1896 (Suíça), 1931 (Brasil)

  • Funcionários diretos

    94 mil (mundo), 1.200 mil (Brasil)

    Imagem: Arte/UOL
  • Número de pacientes tratados (2018)

    127 milhões (mundo), 223 mil (Brasil)

    Imagem: Arte/UOL
  • Unidades

    19 fábricas (mundo), 3 (Brasil)

    Imagem: Arte/UOL
  • Faturamento em 2018

    R$ 219 bilhões (mundo), R$ 3,4 bilhões (Brasil)

    Imagem: Arte/UOL
  • Lucro em 2018

    20,5 bilhões de francos suíços (R$ 83 bilhões)

    Imagem: Arte/UOL
  • Pesquisa

    20% do faturamento em pesquisas de novas moléculas e terapias

    Imagem: Arte/UOL

Demora nas pesquisas

UOL - O Brasil está perdendo competitividade na área da biotecnologia?

Patrick Eckert - O Brasil vem avançando e melhorando com os centros de pesquisa, mas o nível de competitividade lá fora também tem aumentado. Se compararmos onde estávamos há 10 anos no Brasil, hoje estamos muito melhor, mas os outros países também vêm melhorando. Precisamos aperfeiçoar nossos tempos de aprovação das pesquisas no Brasil para realmente sermos mais atrativos.

Qual seria o tempo ideal para essa aprovação?

Nós encurtamos mais ou menos 50% desse tempo, mas os outros países vêm encurtando cada vez mais. Hoje em dia é possível conseguir a aprovação de um estudo lá fora em dois ou três meses. No Brasil, estamos lutando para reduzir de seis meses para três.

Mas temos um diálogo aberto com a Anvisa e, cada vez mais, construindo um entendimento para encurtar esses tempos. Estamos no caminho certo, mas ainda estamos nessa luta.

Quais são os focos de investimentos da Roche em pesquisa aqui no Brasil?

Nossos carros-chefe são oncologia e hematologia, mas estamos ampliando para neurologia e investindo em doenças raras, em Alzheimer, em Parkinson, doenças que hoje em dia não têm tratamentos adequados.

Estamos entrando numa nova era, ampliando a pesquisa que vinha muito focada em oncologia e hematologia para essas doenças mais raras, com o intuito de atacar mais doenças que hoje em dia não têm tratamento.

Que novos medicamentos deve colocar no mercado nos próximos anos?

Lançaremos um remédio para esclerose múltipla, que realmente trará uma melhoria não só no resultado do paciente, mas também na comodidade da posologia (quantidade e frequência do uso). Na hemofilia, vamos lançar um remédio que mudará dramaticamente o dia a dia do paciente. Estamos agora em discussões com o sistema de saúde público para incorporá-lo. Ele trará mais comodidade, menos sofrimento e garantirá menos idas ao hospital.

Também traremos uma pesquisa nova para pacientes de câncer de mama triplo negativo. Não existe tratamento consolidado e estamos lançando.

O senhor pode falar um pouco mais sobre a imunoterapia?

Este último remédio que acabei de falar, do triplo negativo, é uma imunoterapia. A imunoterapia vem facilitar o tratamento. Anteriormente, tínhamos remédios que atacavam diferentes alvos. O paciente podia melhorar da doença, mas podia ter mais efeitos colaterais. Com a imunoterapia, minimizamos cada vez mais os efeitos colaterais. A grande sacada da imunoterapia e de toda pesquisa que está sendo feita sobre isso é garantir não só um melhor resultado, mas uma melhor qualidade de vida para o paciente.

E o que fazer com as doenças que todo mundo tem, como a gripe?

Eu não vejo que haverá falta de remédios nesse sentido porque o parque de produção do Brasil está ampliado e há um projeto até 2025 de dobrar esse parque de produção. O sistema de saúde está bem atento a isso. Fazemos um planejamento para evitar que falte remédio, mas o programa que o SUS tem especificamente aqui no Brasil é um dos mais sólidos que tenho visto na América Latina e muito perto do que está sendo desenvolvido em mercados europeus.

Carine Wallauer/UOL Carine Wallauer/UOL

No Brasil, ainda há o medo. Quando alguém fala de doença, de um câncer, tem um medo imenso. Enfrentar esse medo, dar esse passo, é muito difícil. Talvez em vários outros lugares do mundo isso seja enfrentado de uma forma diferente.

Patrick Eckert, presidente da Roche Farma Brasil

Medo de falar do câncer

UOL - O perfil do paciente brasileiro é diferente em relação a outros países?

Patrick Eckert - No Brasil, ainda há o medo. Quando alguém fala de doença, de um câncer, tem um medo imenso. Enfrentar esse medo, dar esse passo, é muito difícil. Talvez em vários outros lugares do mundo isso seja enfrentado de uma forma diferente. O paciente estrangeiro tem como primeiro sentimento enfrentar, ir com tudo. O brasileiro tem o processo de assimilar, tirar o medo, para depois pedir ajuda.

Em relação à saúde, falta educação ao brasileiro?

O problema é a prevenção. É uma educação muito básica, que começa na escola. Falamos muito com governos estaduais e com o ministério para levar campanhas que tenham linguagem simples para poder explicar como e em que momento, não só o paciente, mas o familiar também, suspeitem que há alguma coisa errada.

O importante é que, quando há dúvidas, é preciso ir ao médico porque em todos os casos temos a certeza de que o resultado de qualquer tratamento será muito mais efetivo se for diagnosticado antes.

O que o senhor acha dessas campanhas antivacinação?

É uma pena que nem todo mundo possa aproveitar as pesquisas que hoje em dia vêm comprovando os benefícios, por exemplo, de uma vacina. Eu, pessoalmente, esse ano perdi o tempo da vacina e fiquei doente.

A primeira vez que não me vacinei, e tive gripe. Estou convencido de que a vacina faz a diferença. É preciso aproveitar o que a tecnologia e a inovação trazem para a gente.

A Roche decidiu encerrar a produção de medicamentos no Brasil. A saída da fábrica no Rio de Janeiro tem relação com a crise econômica?

Essa é uma excelente pergunta e gosto de reforçar que o momento do Brasil não tem nada a ver com a decisão de tirar a fábrica nos próximos quatro ou cinco anos.

A única razão é porque os tipos de produto que estamos trazendo para o mercado são muito diferentes daqueles que produzimos na fábrica do Rio. Além disso, a produção dos novos remédios da Roche será muito mais limitada porque está atrelada à medicina personalizada, onde a produção é mais centralizada.

É diferente de anos atrás, quando tínhamos remédios para populações maiores e eram volumes que precisavam de muitas fábricas para poder realmente responder à demanda.

A Roche está encerrando a fábrica nos próximos anos simplesmente porque a próxima tecnologia que está vindo vai ser uma tecnologia que vai ser produzida em uma ou duas fábricas no mundo.

O que acontecerá com os medicamentos que estão sendo fabricados no Rio e que são amplamente consumidos pela população brasileira?

Nenhum desses remédios vai ser descontinuado, mas serão produzidos por outras indústrias. A Roche vai focar todos os esforços em inovação. Muitos desses remédios vão continuar, mas não serão mais produzidos pela Roche. Alguns talvez não sejam mais fabricados no Brasil e outros serão fabricados no Brasil, mas por outra indústria.

Não existe a possibilidade de aumento de preço desses medicamentos?

Na verdade, vamos trazer cada vez mais essas inovações. Cada vez importa menos onde esses remédios estão sendo produzidos, desde que eles tenham a qualidade necessária.

Vamos cuidar do manuseio dos remédios, vamos continuar com o nosso centro de distribuição em Goiás, que tomará todo esse cuidado. Iremos trazer as inovações que existem lá fora aqui para o Brasil. Não haverá nenhuma diminuição de atenção ao mercado brasileiro, ao contrário.

Vejo cada vez mais oportunidades para colocar o Brasil mais à frente em pesquisas, em parcerias com governos.

Quão estratégico é o mercado brasileiro para a Roche mundialmente?

Somos o sexto maior mercado do mundo. Respondemos diretamente para a matriz, diferente do passado, quando éramos parte da América Latina. A Roche do Brasil representa quase 50% do número de pacientes que tratamos na América Latina.

Por isso, reportamos direto à matriz, o que tem nos facilitado muito, não só o diálogo, mas também quando precisamos de investimento. Temos uma linha direta com a Basiléia (Suíça), onde está a nossa sede, não só para trazer investimentos, mas também para importar e exportar talentos e até para estar mais perto da movimentação que está acontecendo lá fora.

Não é uma incoerência sair do Brasil sendo ele o sexto maior mercado da Roche no mundo?

Não estamos saindo do Brasil. Vamos continuar investindo no país, mas sem a produção de remédios. Estamos fazendo parceria de desenvolvimento produtivo com o governo. São diferentes formas de investimentos, reforçando nosso posicionamento, pesquisa clínica.

Uma das reclamações do consumidor é contra a descontinuidade de medicamentos sem aviso. Por que isso acontece e como podemos evitar?

Isso acontece porque, dependendo do laboratório, ele olha o mercado mundial. Se um remédio é obsoleto na maior parte do mundo, esse laboratório pode tomar a decisão mundial de descontinuar o medicamento para que entre uma nova geração desse remédio.

O governo vem pedindo um diálogo com a indústria para que seja avisado com antecedência e assim possa garantir a continuidade com uma produção local.

Personalização do remédio

UOL - O que é a revolução 4.0 da saúde?

Patrick Eckert - Nessa nova era, é preciso providenciar uma solução integral. A indústria tem uma responsabilidade do início ao fim da jornada do paciente. Não é só providenciar o remédio.

Cada vez mais estamos procurando soluções personalizadas para os pacientes. Por isso, a solução oferecida precisa levar em conta o diagnóstico precoce, para que o paciente tenha mais chances de ter uma resposta positiva.

É preciso que a jornada seja controlada para garantir que ele, não só esteja tomando o remédio, mas que esteja ainda respondendo ao medicamento. Se ele não responde mais a esse remédio, como encaminhar esse paciente para uma nova fase do tratamento.

É possível ter um tratamento personalizado em um país que tem um Sistema Único de Saúde como o Brasil?

Talvez o caminho no início pareça mais difícil, mas há uma grande vantagem: se você (laboratório) consegue estabelecer um diálogo com um parceiro único (SUS), é possível expandir para 210 milhões de pacientes. Em outros países, isso não acontece. É preciso ir por províncias ou por regiões, fazendo negociações para depois conseguir ampliar o acesso.

No Brasil, acredito que o primeiro passo dessa jornada é mais demorado porque é preciso convencer as pessoas que tomam decisões a entrarem em um piloto e testar um novo modelo. Mas, uma vez que isso funcione, no dia seguinte pode ampliar para uma população completa.

O que o senhor acha do SUS?

Hoje em dia é um sistema que ainda é muito caro para o governo. Vejo uma abertura do SUS em querer ter uma melhor gestão de seus gastos para poder ser sustentável e de alguma forma entrar em números permanentes.

Não estou falando em números controlados, porque as doenças vão evoluindo, mas fazer cada vez mais uma previsibilidade de quanto ele pode gastar em cada um dos âmbitos.

O SUS deveria ser privatizado?

Não sei se é a solução única, mas acredito que uma parceria seria uma grande oportunidade para ter um SUS mais aberto ao diálogo. Mas é bom que o SUS continue sendo do governo. Mas não descarto a oportunidade de que a iniciativa privada possa ajudar nessa construção.

Como podemos diminuir hoje as filas do SUS e melhorar a gestão da saúde pública?

Participamos de um projeto muito bacana no interior de São Paulo. Ajudamos uma unidade de atenção básica a organizar de uma melhor forma seus atendimentos. De ter um sistema que permite às pessoas pré-agendar a consulta e ver no aplicativo quais os melhores horários.

Para o médico, é possível ele se organizar e saber quanto tempo vai dedicar a cada consulta. São pequenas coisas como essas que mostram que uma parceria entre o sistema público e a iniciativa privada pode ajudar a garantir um melhor atendimento no SUS.

O que o senhor acha da atuação do Ministério da Saúde?

Temos um maior diálogo com o Ministério da Saúde, procurando soluções a longo prazo para poder incorporar, por exemplo, novas tecnologias no sistema, pensando em modelos bem disruptivos que antigamente não eram aceitos dentro do sistema público.

Isso para mim demonstra que o próprio ministério está querendo se reinventar. Está aberto a ver modelos que têm funcionado lá fora e isso vai nos levar a soluções que vão beneficiar um maior número de pacientes no futuro.

E como a situação política interfere nos negócios?

Honestamente a solução política interfere pouco porque, de uma forma ou de outra, por exemplo na saúde, as necessidades permanecem as mesmas. Mesmo que exista uma interferência direta da política na saúde, que não estou vendo neste momento, não vejo como isso vai influenciar negativamente o acesso.

Ao contrário, cada nova onda política é uma oportunidade para abrir o diálogo em cima de temas que talvez, na gestão passada, não conseguiríamos colocar para debate.

E o que o senhor pensa sobre a lei de patentes?

Ela é muito importante na indústria farmacêutica como em qualquer outra indústria. Se não existisse a patente, a inovação iria desaparecer, e não haveria nenhuma garantia de que esse investimento feito ao longo de muitos anos teria uma retribuição. A patente é necessária porque permite permanentemente o reinvestimento em inovações.

O senhor é contra a quebra de patente?

Sou totalmente contra a quebra de patente, com o intuito de manter a inovação permanentemente presente. É um dos motivadores para as empresas continuarem investindo, sabendo que terão um tempo para vender o produto. Se tirarmos a patente, provavelmente haverá uma queda significativa de empresas interessadas em investir em inovação.

Mas mesmo em medicamentos mais simples, em países mais pobres?

Esse é um bom exemplo. No Brasil, a transferência de tecnologia, que é uma das frentes que o governo tem iniciado lá atrás, permite justamente evitar isso. Não é preciso esperar esses 10 anos. Depois de algum tempo, dois ou três anos, é possível ao laboratório trazer essa tecnologia ao país.

E isso vai permitir que o laboratório nacional amplie o acesso a esse remédio a um custo muito menor. Eu iria mais por esse âmbito do que pensar em quebrar patentes.

Em vez da quebra de patente, uma parceria entre laboratórios para fazer com que esse remédio chegue mais barato para a população, é isso?

Exatamente, além de trazer essa tecnologia e habilitar esses laboratórios nacionais a cada vez mais poderem produzir esses remédios no futuro.

Isso existe no Brasil?

Sim. Há alguns exemplos que funcionaram muito bem e outros que justamente agora o Ministério da Saúde está revendo as regras para dar mais transparência, garantir no final o benefício de um maior número de pacientes a um custo menor.

Os medicamentos vendidos no exterior são mais eficientes no combate às doenças do que no Brasil?

Tenha certeza de que isso não ocorre. São exatamente os mesmos remédios, as substâncias são exatamente as mesmas na produção aqui e lá fora.

Qual a sua opinião a respeito do lobby da indústria farmacêutica no Congresso Nacional?

A indústria farmacêutica, como qualquer outra, tenta levar as informações necessárias para os diferentes públicos. Para mim, esse é um público-alvo que precisa saber as deficiências ou as oportunidades do setor de saúde porque eles representam a população.

É importantíssimo esse diálogo e penso que isso vai nos ajudar a encurtar caminhos e tempos para resolver questões importantes da saúde do Brasil.

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