Blindar o patrimônio também depende de cuidados na hora de escolher investimentos em renda fixa. Na fase de acumulação de riqueza, títulos de dívida corporativa —aqueles emitidos por empresas não financeiras e em que há maior risco de calote— são uma opção a ser considerada quando se busca melhorar o desempenho da carteira.
Na aposentadoria, contudo, o foco deve ser maior em papéis com as melhores notas de avaliação de crédito, ainda que eles remunerem menos. Embora a renda fixa seja associada muitas vezes a rendimentos mais previsíveis, também é possível acontecer perdas aqui quando as empresas não pagam. Para quem deseja maior regularidade nos fluxos de renda, melhor evitar.
Na avaliação dos prazos, títulos mais longos costumam pagar mais juros, porém o investidor fica anos a fio exposto à volatilidade dos preços caso queira vender o título antes do vencimento. Se levar o título até o vencimento, ganhará a rentabilidade prometida pelo título, mas a data pode exceder a expectativa de vida do investidor.
Já nos títulos de curto prazo, o período de exposição ao sobe e desce do valor de mercado é reduzido, porém eles remuneram menos. Fora isso, há o risco de, após o resgate, o investidor não encontrar taxas tão boas para reinvestir o dinheiro em outro título.
Como resolver o impasse? A dica de especialistas em planejamento financeiro é escalonar vencimentos. Ou seja, vale buscar uma graduação de títulos: desde papéis que podem ser vendidos a qualquer momento sem prejuízo e que pagam pouco a títulos rentáveis de longuíssima duração.
É uma forma de o investidor preservar um colchão de liquidez para meses de retornos baixos da carteira e estabelecer um fluxo constante de vencimentos, ao mesmo tempo em que reserva, nos papéis mais longos, o patrimônio a ser futuramente transferido a herdeiros.