Na União Europeia, passa a valer a partir de 2021 uma nova regra para fundos que quiserem se vender como ESG. Foi criado um sistema de classificação das finanças sustentáveis. Quem não atender aos critérios preestabelecidos, fica de fora da chamada "taxonomia verde", o que deverá levar muitos gestores a fazerem uma revisão de seus fundos.
Os tomadores de decisão do mercado de capitais estão atentos a esse movimento. Em evento do Banco Central sobre responsabilidade socioambiental, Larry Fink, CEO da BlackRock, uma das maiores gestoras de recursos do mundo, disse em videoconferência que fatores ligados a ESG serão integrados em todos os investimentos nas próximas décadas. E lembrou que os riscos climáticos já são mal precificados pelo mercado.
Gestor de patrimônio da Vitreo, George Wachsmann acredita que o mercado de capitais brasileiro ainda vive uma mudança geracional e que cada vez será mais comum aos novos investidores incluírem em suas carteiras fundos alinhados ao ESG.
O ESG é um filtro que vai ajudar as pessoas a tomarem decisões sobre consumo e investimentos. Quem não tiver isso em mente será cada vez mais cobrado pela sociedade.
George Wachsmann, gestor de patrimônio da Vitreo
Professor de Finanças do Insper, Ricardo Rocha avalia que o investidor pessoa física vai se interessar cada vez mais por esse perfil de ativo. Hoje, na sua opinião, o envolvimento com temas ambientais, sociais ou de governança já tem um peso na tomada de decisão.
Duas empresas podem ter um rating triple A. Se os investidores tiverem certeza de que uma é totalmente sustentável e a outra deixar dúvidas, a primeira levará vantagem porque vai apresentar menos risco.
Ricardo Rocha, professor de Finanças do Insper