Fundos que usam a velocidade e cálculo frio da matemática, em vez da hesitação e da emoção humanas, estão conseguindo bons resultados para os investidores. Os fundos quantitativos são carteiras que utilizam algoritmos para gerir investimentos, com uso intensivo de tecnologia e análises de dados.
Uma pesquisa feita pela empresa de informações financeiras Economatica, a pedido do UOL, analisou o desempenho de 24 fundos quantitativos em 2020, até o fim de julho. Foram considerados os portfólios mais conhecidos nesse segmento, criados antes de janeiro deste ano.
O resultado mostra que, em média, tais produtos acumularam alta de 4,8%, frente a um ganho de 1,9% do CDI. No mesmo intervalo, o Ibovespa caiu 11%, e o dólar apresentou valorização de 29%.
Os quantitativos também são conhecidos como fundos "sistemáticos", pois tomam decisões com base em regras previamente estudadas e testadas, explica Rodrigo Maranhão, sócio da Kadima, gestora especializada no ramo mais antiga do país, existente desde 2007. Segundo ele, o objetivo é fazer escolhas baseadas em evidências.
Esses fundos aplicam em lugares variados ao mesmo tempo, como mercados globais de juros, Bolsas e câmbio.
Alessandro del Drago, gestor da Mauá Capital, destaca que esses portfólios podem abrigar diversos modelos matemáticos e, na prática, cada um deles equivale a um gestor tomando decisões em poucos segundos, que podem englobar ações, moedas, juros etc. "Uma das vantagens é tirar o peso emocional das escolhas em momentos de forte tensão. O modelo não vai hesitar nem se precipitar na hora de decidir."