Tirando a dificuldade de precificar as ações, os pontos a serem observados num investimento em IPO são, em grande parte, os mesmos de qualquer investimento feito em ações, como, por exemplo:
- as perspectivas em relação ao mercado no qual a empresa está inserida,
- a força de seus concorrentes,
- as ameaças tecnológicas,
- as barreiras de entrada,
- o perfil da administração do grupo etc.
Por isso, toda atenção deve ser dada ao prospecto do IPO. O documento ajuda o investidor a não apenas identificar as vulnerabilidades, já que as empresas são obrigadas a revelar os riscos de seu negócio, como também —e, talvez, isto seja o mais importante— conhecer o que a companhia pretende fazer com os recursos a serem levantados no IPO.
Do bom aproveitamento desse dinheiro —se vai ser usado, por exemplo, para pagamento de dívida ou em investimentos—, dependerá o retorno que o investidor vai ter na forma de ganhos de capital, com a valorização das ações, e de renda, com a distribuição de dividendos.
Se abrir um novo ciclo de crescimento, a companhia terá condições de atender às expectativas depositadas pelos investidores que participaram do IPO, e não estacionar no preço das ações estabelecido na primeira oferta.
Maurício Gallego, gestor de carteiras da Constância Investimentos, alerta, porém, que a expectativa de que os planos da empresa sejam cumpridos, ou mesmo superados, provoca grande volatilidade nos preços das ações em seus primeiros meses de Bolsa.
Por isso, se o investidor trabalhar com a perspectiva de retorno de longo prazo, podendo aguardar o melhor momento para sair do investimento, menor será a chance de erro se a escolha tiver sido bem feita no IPO.