Mercados emergentes podem ser tão lucrativos quanto imprevisíveis. O rol de problemas vai desde turbulências na política a tensões históricas com países vizinhos, passando pela interferência do governo na economia e a fragilidade nas contas externas, com baixa reserva de dólares.
E, quando as crises estouram, o preço a ser pago pelo investidor é duplo: desvalorização das ações e perdas com o derretimento das moedas. Por isso, não é boa ideia fazer uma única aposta fora do Brasil. O mais correto é combinar mercados diferentes.
Somos um país que, entre os emergentes, oferece boas oportunidades e solidez do ponto de vista institucional. Não faz sentido se expor a mercados que, por mais que ofereçam prêmio, aumentem o risco da carteira.
Renato Breia, sócio-fundador da Nord Research
Mas, enquanto parte dos consultores financeiros recomenda investimentos em mercados emergentes para fugir dos riscos domésticos, outros indicam entrar nesses países apenas se for para aproveitar oportunidades de curto prazo muito claras.
É consenso que, em razão dos riscos, o investimento deve ser baixo, limitado a 5% do patrimônio total. Se você tiver um perfil mais conservador — que não só sofre com as oscilações diárias dos investimentos, como conhece pouco do funcionamento do mercado financeiro, e muito menos dos mercados emergentes —, talvez seja melhor evitar ou, no mínimo, ter o cuidado de não colocar muito dinheiro nessas apostas.