Guedes já chegou a falar do risco de o presidente sofrer impeachment se ceder aos apelos gastadores da ala política e não respeitar o teto de gastos, por exemplo.
Na famosa reunião ministerial de 22 de abril, que foi tornada pública pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Guedes fez duras críticas ao plano Pro-Brasil, articulado pelo ministro da Casa Civil, Braga Netto, em conjunto com Marinho e Tarcísio, que prevê a retomada de obras com recursos públicos.
Ele comparou o plano aos projetos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Guedes disse que o discurso de "acabar com as desigualdades regionais" é "bonito, mas isso é o que o Lula, o que a Dilma estão fazendo há 30 anos. Se a gente quiser acabar igual à Dilma, a gente segue esse caminho".
"Para querer ter um papel preponderante neste ano, o ministro não pode destruir a candidatura do presidente, que vai ser reeleito se nós seguirmos o plano das reformas estruturantes originais", afirmou Guedes.
Na época, Marinho reagiu e disse que não estava distante do ministro da Economia, mas admitiu pensar diferente.
Se existirem divergências, elas são de visões de Estado, ou algo parecido. Nada pessoal
Rogério Marinho sobre Paulo Guedes
Agora Marinho tem afirmado que há um "falso dilema" na discussão de romper o teto de gastos. "Furar teto quando se fala em R$ 3 [bilhões] ou R$ 5 bilhões, quando temos um déficit que está estimado em R$ 800 bilhões? Essa despesa vai ocorrer este ano de forma excepcional e, a partir de 1º de janeiro, nós voltamos à normalidade fiscal. Então me parece que algumas pessoas estão apostando contra o país", disse em entrevista.