UOL - Como seus pares fora do Brasil veem nossa situação [em relação à pandemia]? Quem a gente deve começar a cobrar por não estarmos melhores?
Malu Nachreiner - A Bayer opera em vários países, tivemos uma troca intensa com nossos pares ao redor do mundo. Existe, sem dúvida nenhuma, uma preocupação com o Brasil, com a Índia, com a Europa.
A nossa expectativa no ano passado, não só no Brasil, mas de maneira geral, era de otimismo. Hoje percebemos que não conseguimos sair de onde estávamos. Pelo contrário, aqui no Brasil a gente piorou.
Há uma complexidade, e eu acho que no Brasil a gente precisa, de fato, ter uma coordenação maior e mais efetiva de todos os setores.
Obviamente o setor governamental tem um papel fundamental nesse processo, tem um papel, sim, de liderar essa coordenação. O privado e a sociedade civil também estão se organizando.
Há várias iniciativas, como a Unidos pela vacina, liderada pela Luiza Trajano. A Bayer tem feito várias contribuições. No ano passado, fizemos uma doação de mais de R$ 5 milhões para necessidades da covid-19.
Neste ano, demos quase R$ 3 milhões para o Unicef. Estamos com uma campanha: para cada real que um colaborador doa a uma instituição, a companhia coloca mais um real. Imaginamos investir mais de R$ 1 milhão.
É um momento de a gente se unir como sociedade civil, obviamente cobrando uma coordenação das autoridades, mas precisamos também nos movermos o máximo possível para sairmos o quanto antes dessa situação.