Como o coronavírus impacta a operação do Facebook?
Maren Lau - Nas últimas semanas, nossos times têm monitorado de perto a situação, e temos implementado uma série de medidas para garantir a segurança de nossos colaboradores, comunidade e parceiros de negócios.
Em 19 de março, implementamos home office para os funcionários do Facebook em todo o mundo. Aqueles que não podem desempenhar suas funções a partir de suas casas, incluindo colaboradores terceirizados, continuarão a receber seus salários.
Sabemos que serviços como Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger são ainda mais importantes em momentos como este, para que as pessoas possam manter contato com seus entes queridos e para que as marcas possam falar com seus clientes.
Estamos fazendo tudo que podemos para continuar a oferecer serviços que as pessoas e os negócios mais precisam agora. Nossos aplicativos estão ajudando a aproximar as comunidades, e temos visto um aumento importante no mundo todo na quantidade de transmissões ao vivo no Facebook e Instagram, e de chamadas de áudio e vídeo no WhatsApp e Messenger.
Quais ações estão sendo tomadas pelo Facebook para atuar nesse ambiente?
Temos adotado uma série de ações para apoiar o trabalho que organizações de saúde e governo estão fazendo para conter a disseminação do COVID-19, e gostaria de destacar duas áreas de foco para o Facebook.
Primeiro, estamos conectando as pessoas com informações precisas e recursos úteis sobre o coronavírus nas nossas plataformas. No Brasil, por exemplo, o Facebook e o Instagram estão mostrando um pop-up no topo de pesquisas no feed conectando as pessoas com o site do Ministério da Saúde sobre o coronavírus.
Também estamos trabalhando com agências de checagem de fatos e organizações de saúde para nos ajudar a identificar notícias falsas sobre o vírus, e estamos removendo conteúdos falsos ou teorias da conspiração que possam causar dano às pessoas que acreditarem nisso.
Segundo, estamos apoiando os pequenos negócios, que são vitais para nossas economias e centrais para nossa comunidade na América Latina. Para ajudar esses pequenos negócios a navegar em meio à crise causada pelo COVID-19, estamos investindo US$ 100 milhões para ajudar 30 mil pequenos negócios em mais de 30 países.
Também criamos o portal Central de recursos para empresas, com dicas e treinamentos em Português para ajudar os pequenos negócios a enfrentar seus desafios e a suportar seus clientes durante esse período.
UOL - O Facebook enfatizou que quer dar maior importância às interações privadas, certo? O que isso significa para os usuários diários do aplicativo?
É importante entender que se você pensa na família Facebook de aplicativos e serviços, temos o Facebook, o Instagram, o Messenger e o WhatsApp, todos fazem parte da família Facebook. E o que Mark Zuckerberg coloca como sua visão é a interação que vemos no Facebook como uma praça pública, mais de 2 bilhões de pessoas usando a plataforma diariamente, comunicando-se e interagindo, em um espectro que vai até as mensagens privadas. Vemos pessoas, consumidores usando ferramentas digitais para comunicações mais efêmeras como o stories do Instagram ou do Facebook, comunicações que podem desaparecer em 24 horas, e mensagens privadas como WhatsApp e Messenger. Eles querem falar em particular, não querem muita gente nessa conversa. Então, vemos todas essas tendências e nossa perspectiva é de que criamos ferramentas para envolver as pessoas, para criar comunidades, e isso pode ir desde as conexões mais amplas até as privadas.
Teremos no Brasil eleições municipais, este ano, e eleições gerais, em 2022. Em relação às regras do Facebook, como garantir neste processo a liberdade de expressão e ao mesmo tempo impedir as fake news?
Aprendemos muito desde 2016. Ainda há muito mais o que aprender, mas quero mostrar para você o que temos feito desde 2016, pois a integridade das eleições, a privacidade e a segurança das pessoas estão em primeiro lugar nas nossas preocupações. Desde 2016, nós contratamos mais de 30.000 pessoas para checar fatos e verificar conteúdo nocivo, publicamos de forma muito transparente os padrões de nossa comunidade, trabalhamos com mais de 55 organizações em 45 idiomas no mundo todo, para garantir a integridade de nosso conteúdo. Também tornamos mais fácil para o usuário denunciar conteúdo.
Então se você, como usuário, vir algo que não considere certo, que talvez acredite ser falso ou nocivo, você pode denunciar. Você pode denunciar e uma das organizações de verificação de fatos verá se é verdade, e eles podem marcar a publicação como potencialmente falsa ou enganosa. Trabalhamos de forma significativa nisso. Desde 2016 tivemos mais de 200 eleições no mundo todo, mais recentemente na América Latina, tivemos eleições na Argentina. Eles se saíram muito bem, e estou bem confiante de que continuarão a se sair bem.
O Facebook afirma ser uma responsabilidade corporativa a promoção de diversidade, inclusão, impacto social, sustentabilidade. Você acredita que o governo brasileiro hoje tenha esses mesmos princípios?
Eu acredito no Brasil como um país, da mesma forma que vejo os países com os quais trabalho em toda a América Latina, e é importante que seus leitores saibam que sou a primeira mulher em cargo de liderança do Facebook na América Latina. Sou a terceira pessoa em cargo de liderança do Facebook na América Latina, e a primeira mulher.
Acho que em parte é a firme crença em diversidade e inclusão que eu mesma trago comigo. Sempre há mais que possa ser feito, e há mais que possa ser feito dentro do Facebook também, para garantir que tenhamos representatividade de pessoas, de pontos de vista, em nossa própria empresa, nós nos esforçamos muito para isso.