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REPORTAGEM

Feira em SP tem aviões e helicópteros de luxo como os de Elon Musk e Neymar

Interior do jato G650ER, modelo de bilionários como Elon Musk e Bill Gates - Alexandre Saconi
Interior do jato G650ER, modelo de bilionários como Elon Musk e Bill Gates Imagem: Alexandre Saconi

Alexandre Saconi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/08/2022 04h00Atualizada em 12/08/2022 15h29

Ver de perto aviões e helicópteros iguais aos de famosos como Neymar e Elon Musk é uma das atrações da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), considerada a maior feira de aviação de negócios da América Latina. A feira foi suspensa no fim da tarde de quarta-feira (10) porque um telhado caiu sobre um avião em razão de ventos fortes em São Paulo. A organização disse que retoma o funcionamento normal hoje.

Onde e quando? Sediada no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a feira começou na terça-feira (9) e termina nesta quinta-feira (11), com funcionamento das 12h às 19h. O ingresso custa R$ 500 (estudantes pagam meia, e pilotos, R$ 60). Tem cerca de 40 aeronaves e 95 expositores. O evento é promovido pela Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), que abrange a maior parte dos ramos da aviação, exceto as aviações comercial (empresas aéreas) e militar.

Que aviões estão lá? Durante a Labace, compradores e admiradores podem ver de perto modelos que chegam a custar R$ 360 milhões, como o G650ER, igual ao de bilionários como Elon Musk (Tesla e SpaceX), Jeff Bezos (Amazon), Bill Gates (Microsoft) e Kim Kardashian.

A Gulfstream levou ao evento o G500 e o seu irmão maior, o G650ER, jato que custa por volta de R$ 360 milhões. Esse último é o mesmo modelo que trouxe Elon Musk ao Brasil maio para um evento no interior de São Paulo.

O G650ER é a versão de longo alcance do G650, e ambos já possuem mais de 480 unidades em operação ao todo mundo afora.

G650ER - Alexandre Saconi - Alexandre Saconi
Interior do jato G650ER, equipado com TV e espaço para conversão em leito
Imagem: Alexandre Saconi

O valor final do avião varia de acordo com as configurações que cada cliente escolhe para o seu jato. A velocidade de cruzeiro do modelo é de cerca de 950 km/h, mas ele já chegou a atingir 1.110 km/h, recorde desse avião.

Ele tem uma autonomia de voo de até 13.890 km sem precisar pousar para reabastecimento, o que significa que seu proprietário pode viajar para praticamente qualquer lugar do mundo com, no máximo, uma parada. O avião comporta até 19 passageiros ou dez, quando configurado como leito.

A francesa Dassault também trouxe dois jatos luxuosos, o Falcon 8X e o Falcon 2000LXS. Os aviões custam, respectivamente, a partir de R$ 320 milhões e R$ 180 milhões, segundo o site Business Jet Traveler, que acompanha os valores de mercado de aeronaves.

O 8X é um dos jatos de longo alcance mais modernos da empresa, podendo viajar até 11.945 quilômetros sem precisar parar para reabastecer e levando de 14 a 16 passageiros. Já o 2000LXS voa até 7.408 quilômetros de distância com 10 passageiros.

Helicóptero como o de Neymar

Neymar - Instagram - Instagram
Neymar Jr e seu helicóptero personalizado avaliado em R$ 50 milhões
Imagem: Instagram

A Helibras trouxe para a feira os modelos Airbus Corporate Helicopters ACH145 Mercedes-Benz, ACH130 Line e ACH125 Line. ACH145 é o mesmo modelo do helicóptero apelidado de Batman, pertencente ao jogador Neymar.

Avaliada em aproximadamente R$ 50 milhões, a aeronave foi personalizada de acordo com o estilo do esportista, toda preta e com o logo do Batman nos assentos, daí seu nome.

O ACH145 Mercedes-Benz que está em exposição custa a partir de R$ 56 milhões, e seu interior lembra os carros da fabricante alemã, com detalhes no couro e nos cintos de segurança que remetem aos produtos daquela marca.

Sua capacidade de transporte é de até nove passageiros, e tem um alcance que chega a 819 km.

Neymar - Alexandre Saconi - Alexandre Saconi
Interior do ACH145 Mercedes-Benz, com interior que lembra os carros da fabricante alemã
Imagem: Alexandre Saconi

Crescimento do mercado

A edição de 2022 marca a retomada do evento, suspenso em decorrência da pandemia, e também revela o crescimento do setor mesmo durante os últimos anos.

"No mercado brasileiro, houve um aumento de 150% nas transações de compra e venda tanto de aeronaves novas como de seminovas em relação ao período pré-pandemia", diz Anderson Markiewicz, ex-presidente da Abag e atual diretor de vendas de aeronaves da Líder Aviação, empresa do setor de fretamento, manutenção e serviços aeronáuticos.

Essa alta tem reflexo no preço de diversos aviões e helicópteros usados, que registraram alta no período. "A alta demanda inflacionou o mercado. As aeronaves com um ou dois anos de idade podem chegar a ter o preço até maior do que uma nova, já que muitos clientes não podem aguardar a entrega de um avião novo", afirma Markiewicz.

Entre os fatores que explicam essa tendência, o executivo destaca o crescimento do agronegócio e a visão de empresários desse meio de transporte como uma ferramenta de trabalho, e não apenas lazer.

Aviação para negócios

De acordo com a Timbro, empresa que realiza importação de aeronaves, a pandemia foi um dos principais fatores que aumentaram a demanda por aeronaves no país. Durante esse período, as restrições impostas em viagens comerciais levaram o fretamento e a venda de aviões executivos a apresentarem alta para contornar a indisponibilidade de voos regulares.

Labace - Andre Manhani/Divulgação/Labace - Andre Manhani/Divulgação/Labace
Aviões na Labace, feira de aviação executiva em São Paulo
Imagem: Andre Manhani/Divulgação/Labace

Compartilhamento em alta

Com a retomada do setor e o aumento na fila de espera por novas aeronaves, o compartilhamento de aeronaves também ganhou espaço na feira. Empresas como Solojet, Avantto e Amaro Aviation estiveram presentes no evento.

Como mesmo aviões usados valorizaram no período, uma alternativa tem sido rachar os custos entre si. Nessa modalidade, um avião é divido em cotas, e cada pessoa paga o valor referente à sua parte desse custo fixo.

Conforme a aeronave é utilizada, o cliente paga os custos variáveis, que incluem combustível e taxas aeroportuárias. Dessa maneira, o custo final para a operação cai, e a utilização do avião é maximizada, já que ele não fica parado aguardando os voos de um único dono, mas atende a vários outros.

Aviões históricos

Rolim - Alexandre Saconi - Alexandre Saconi
Cessna 195 da década de 50 que pertenceu ao Comandante Rolim Amaro, fundador da TAM
Imagem: Alexandre Saconi

A TAM Aviação Executiva levou ao evento duas aeronaves históricas: um Cessna 180 fabricado nos anos 60 e um Cessna 195 da década de 50 e que pertenceu ao comandante Rolim Amaro, fundador da TAM.

O avião está registrado em nome do Museu Asas de um Sonho, um dos maiores acervos de aeronaves do país e que pertence à família Amaro. Hoje, o local encontra-se fechado, sem previsão de reabertura.

A empresa, junto com a Textron Aviation, ainda levou para a Labace o novo King Air 360, o Grand Caravan Ex e os Citation Latitude, CJ3+ e M2 Gen2.

Aeronaves no evento

Aviões

  • DA40NG (Diamond)
  • DA42-VI (Diamond)
  • DA62 (Diamond)
  • Falcon 2000LXS (Dassault)
  • Falcon 8X (Dassault)
  • Hawker 400 (Beechcraft)
  • HondaJet (Honda)
  • M600/SLS (Piper)
  • PC-12 NGX (Pilatus)
  • PC-24 (Pilatus)
  • Phenom 100 (Embraer)
  • Phenom 300 (Embraer)
  • Praetor 600 (Embraer)
  • TBM 940 (Kodiak)
  • Vision Jet (Vision)

Helicópteros

  • A109 (Agusta/Leonardo)
  • A109 Power (Agusta/Leonardo)
  • ACH125 Line (Helibras/Airbus)
  • ACH130 Line (Helibras/Airbus)
  • ACH145 Mercedes-Benz (Helibras/Airbus)
  • AW169 VIP (Agusta/Leonardo)
  • Bell 429 (Bell)
  • Bell 429 WLG (Bell)
  • Bell 505 Jet Ranger X (Bell)