Acordo nos EUA traz alívio ao mercado de grãos
O plano sancionado na noite de quarta-feira (16) pelo presidente dos Estados Unidos Barack Obama, afastando o risco de um calote na dívida da principal economia mundial, trouxe alívio ao mercado mundial de grãos.
Desde que o impasse entre republicanos e democratas teve início, os contratos futuros da soja e do milho perderam rumo e referências na Bolsa de Mercadorias de Chicago, o principal sinalizador do comportamento dos preços destas commodities.
As discussões no Senado e na Câmara dos Estados Unidos resultaram no fechamento de parte dos órgãos federais americanos. Entre estes órgãos estava o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), responsável pela divulgação de importantes dados que norteiam o comportamento dos preços.
As negociações em Chicago diminuíram e o comportamento dos preços futuros foi guiado por especulações e fatores técnicos. As informações de oferta e demanda, conhecidos como fatores fundamentais, se ausentaram do mercado por duas semanas.
A falta destes dados atingiu o mercado em um momento delicado. Os Estados Unidos estão colhendo milho e soja e há muitas discussões sobre o tamanho da safra americana. Tanto para o milho como para a soja, a expectativa é positiva, de boa safra, ainda que abaixo do esperado inicialmente.
Um dos relatórios mais esperados pelos negociadores era o de oferta e demanda mundial e norte-americana, que ia atualizar as estimativas de produção. Este levantamento do Usda é tradicionalmente muito esperado pelo mercado e invariavelmente define o comportamento das cotações.
Devido à paralisação, o relatório mensal foi cancelado. Foi a primeira vez em 40 anos que o mercado teve que se virar sem os dados do Usda. Novas projeções só serão disponibilizadas no início de novembro.
Como consequência desta falta de informação e do aumento dos rumores, os preços da soja e do milho caíram mais do que o esperado nos últimos dias. Depois de ter atingido os melhores patamares em 10 meses em julho, o contrato da soja recuou 20%. O milho atingiu os menores níveis em mais de quatro meses.
A queda no exterior travou o mercado doméstico. Tanto na soja como no milho, os negócios escassearam nas principais praças de comercialização do país. Os preços sentiram o impacto negativo e recuaram.
A boa notícia é que os dados de exportação, colheita e condições das lavouras dos Estados Unidos voltarão a ser divulgados na semana que vem. A expectativa é de que o mercado se acomode.
Só a confirmação do acordo e o sentimento de que a China voltou com força ao mercado foram motivos suficientes para garantir a recuperação dos preços em Chicago na quinta-feira (17), primeiro dia para organizar a casa, depois do período de desordem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.