Incêndio no Porto de Santos acelera recuperação do açúcar em outubro
O incêndio que atingiu os terminais da Copersucar no Porto de Santos na sexta-feira (18), frisou a recuperação dos preços do açúcar no mercado interno e na Bolsa de Nova York neste mês de outubro. As especulações sobre o tamanho da carga danificada e em relação a possíveis atrasos na entrega do produto causaram uma alta diária de 6%, com a libra-peso batendo na casa de 19,50 centavos de dólar no mercado nova-iorquino.
Mesmo que no decorrer desta semana, os contratos tenham quase que neutralizado este ganho especulativo, o acidente realçou o bom desempenho da commodity no mês. No mercado interno, a saca de 50 kg acumula valorização de 18% no período, chegando a R$ 52, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
O comportamento positivo dos preços do açúcar tem relação com a opção do produtor pelo etanol. Em igual período de 2012, as indústrias haviam destinado quase 50% da cana para a produção de açúcar. Neste ano, o número recuou para um pouco mais de 45%.
Diante desta escolha, a produção de açúcar da região Centro-Sul está estimada em 27,1 milhões de toneladas, um pouco acima da safra anterior. No início da temporada, a expectativa era de um aumento de 5%, pelo menos. Com cerca de 70% da cana já colhida, dificilmente esta tendência se modificará.
A grande dúvida no momento é saber até quando o mercado terá fôlego. Entre os fatores positivos, se destacam a própria aproximação do final da colheita e a maior produção de etanol. Mas há também algumas questões que põem em xeque esta firmeza.
A primeira delas é a demanda externa pelo etanol. Para o próximo ano, os Estados Unidos, o principal importador do biocombustível brasileiro, deve modificar o mandato para a utilização de etanol na mistura da gasolina, reduzindo esta demanda e, em consequência, desmobilizando a produção brasileira.
Além disso, mesmo que a produção brasileira de açúcar diminua, ela continua relevante na composição da oferta mundial. A Índia também tem uma disponibilidade ampla de açúcar. Brasil e Índia são os dois maiores produtores globais da commodity.
Em decorrência das boas produções destes dois países, a relação de oferta e demanda mundial segue desequilibrada. A temporada de 2013/2014 se encaminha para ser a quarta consecutiva em que o mundo produziu mais do que consumiu o açúcar, resultando em grandes estoques.
Qualquer reação consistente nos preços esbarra neste cenário. Mas até o final do ano, ao menos, as cotações do açúcar deverão permanecer firmes e sujeitas a repiques como o da última sexta.
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