Mesmo com superoferta, soja deve ter lucratividade em 2014
Após um 2013 de preços acima da média, o cenário para a soja deverá continuar positivo para a comercialização ao longo de 2014. Sem novidades, o ano não deverá ser de resultados tão positivos como o atual, mas mesmo assim os produtores não terão motivos para reclamações.
Apesar do quadro de superoferta mundial de soja, os preços da commodity deverão oscilar em torno de US$ 12,50 por bushel, na CBOT (Bolsa de Mercadorias de Chicago) nos próximos meses, patamar que permanece acima da média histórica de US$ 12,00.
Acima disso, em US$ 13,50, US$ 14, somente se houver alguma novidade, que prejudique a produção mundial da oleaginosa. Os preços futuros em Chicago só não recuam mais devido à perspectiva de boa demanda mundial, principalmente por parte da Ásia, mais precisamente dos compradores chineses.
Após bater na casa de US$ 17 no ano passado, devido ao pânico – não confirmado– em relação à oferta americana, o mercado de soja passa por um período de ajustes. Os preços ainda estão em patamares altos, mas passamos por um relativo quadro de equilíbrio entre os fundamentos.
No lado a oferta, a safra americana vai finalizando a colheita e a produção deverá se aproximar da casa dos 90 milhões de toneladas. Na América do Sul, houve uma elevação generalizada na área plantada e, até o momento, as lavouras vão apresentando bom desenvolvimento. Além disso, para o ano que vem, a perspectiva é de novo aumento na área americana, em detrimento do milho.
Com isso, há uma pressão natural sobre os preços, que só não estão caindo mais devido à solidez do consumo. Brasil, Argentina e Estados Unidos, os três maiores produtores mundiais estão vendendo muita soja com a recuperação do mercado asiático, liderada pela China.
Outro ponto a ser levado em consideração é a questão dos prêmios de exportação, que traduz a questão regional, nos portos brasileiros. O ano de 2013 foi um ano de prêmios negativos, devido à supersafra brasileira e aos fortes problemas de logística, com atraso nos embarques brasileiros de 45 a 60 dias.
E não há indicação de que esse quadro possa ser melhor. Ao contrário, a safra será ainda maior, passando de 84 milhões para até 90 milhões de toneladas, e os problemas de logística são os mesmos.
Diante deste cenário, os preços domésticos da soja se recuperaram, principalmente pela questão câmbio favorável. O problema maior não é o preço, mas a elevação substancial dos custos de produção no Brasil. Mesmo assim, o país caminha para o oitavo ano consecutivo de lucratividade positiva.
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