Preços do milho tendem a recuar em 2014
Após três anos consecutivos de ganhos, os preços internacionais do milho tendem a recuar, buscando uma acomodação. O mercado não é só de alta e deve apresentar um alinhamento para níveis mais baixos
O cenário é de estoques globais elevados, podendo bater em 160 milhões de toneladas, o nível mais alto desde 2000. Nos Estados Unidos, os estoques de quase 50 milhões de toneladas são os maiores desde 2005.
Na China, os estoques estão em recuperação. O Brasil não pode contar com uma demanda significativa da China para absorver o excedente de produção, calculado enjtre 25 milhões e 30 milhões de toneladas. A China não é um grande importador e não será no curto prazo. Um dia será um grande comprador de milho, mas não agora.
Estima-se que a China poderia importar 7 milhões de toneladas em 2013/2014. Mas é bom lembrar que as expectativas iniciais para a temporada anterior eram semelhantes e as compras chinesas não chegaram a 3 milhões de toneladas, fato que pode se repetir na atual temporada.
O importante para o produtor é ficar atendo à definição do mandato para utilização de etanol na gasolina norte-americana. Se houver a redução recomendada pela EPA, a Agência do Meio Ambiente daquele país, sobraria milho nos Estados Unidos.
Na CBOT (Bolsa de Mercadorias de Chicago), a tendência é que o preço oscile entre US$ 3,50 e US$ 4,00 por bushel. Para atingir um patamar superior, perto dos US$ 5, somente com um fato novo. E a demanda em crescimento não é um fato novo. Esta novidade teria que vir do lado da oferta, com problemas climáticos que quebrassem a safra de algum grande país produtor, o que aconteceu nos últimos três anos.
O mercado está neste momento diante de uma safra recorde colhida nos Estados Unidos e de expectativas favoráveis para a safra sul-americana. Para 2014, diante do comportamento dos preços, a tendência é de uma transferência de área de milho para a soja nos Estados Unidos, mas sem impacto sensível nos preços internacionais.
Para o curto prazo, os fatores que merecem atenção são o ritmo da demanda pelo milho americano, o comportamento do clima na América do Sul e o início das especulações sobre o plantio da próxima safra nos Estados Unidos. Com preços alinhados ao mercado internacional, qualquer período de alta no Brasil deve ser aproveitado para vender.
Em termos de produção, o Brasil se depara com uma queda generalizada na safra de verão, com transferência para a soja. O plantio da safrinha deverá ser menor, mas moderado, já que as opções de plantio de inverno são poucas. O Brasil deverá colher 75 milhões de toneladas, contra 82 milhões da temporada anterior.
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