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Café esboça reação no início de 2014, mas cenário é negativo

10/01/2014 14h16

Após ter passado em 2013 por uma das maiores crises dos últimos anos, o setor cafeeiro iniciou janeiro esboçando uma reação. Os preços futuros na Bolsa de Nova York deram uma respirada, mas nada que indique uma reversão completa de cenário. Dificilmente o mercado retomará em 2014 os patamares praticados em 2012.

Os contratos com vencimento em março negociados em Nova York acumularam desvalorização de 31% no ano passado, recuando de 160 centavos de dólar por libra-peso para 110 centavos. Nos primeiros dias do mês, a posição subiu mais de 9%, atingindo 120 centavos.

A elevação esteve ligada a uma reversão nas expectativas para a safra 2014 do Brasil, o principal produtor mundial da commodity. Ao longo desta semana, algumas projeções indicavam que a safra ficaria em torno de 51 milhões de sacas. Na quinta (9) , a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), reforçou estes prognósticos ao indicar uma produção entre 46,5 milhões e 50,1 milhões de sacas.

No ano passado, a expectativa girava na casa de 60 milhões de sacas. Claro que há uma consistente mudança no panorama. Mas mesmo assim este corte seria insuficiente para provocar um corte abrupto nos estoques mundiais da commodity. E é esta ampla oferta, que mantém o mercado pressionado.

A maior parte dos envolvidos na comercialização do café descarta, neste momento, uma recuperação considerável nos preços futuros. Alguns indicam que os atuais patamares deverão ser mantidos. Outros, no entanto, são mais pessimistas e não se furtam de apostar até mesmo em cotações abaixo de US$ 1,00 por libra na Bolsa de Nova York ao longo do ano.

A consolidação de uma tendência para o mercado internacional de café vai depender basicamente de dois pontos: o desenvolvimento da safra brasileira e a disposição do governo em atuar de forma incisiva para regular a comercialização e sustentar os preços internos do produto.

Provavelmente, as medidas terão que ser mais fortes do que as anunciadas em 2013, que ajudaram a segurar a trajetória de queda, mas que esbarraram na conjunção de oferta abundante e consumo aumentando apenas moderadamente. Mas, por enquanto, 2014 vem sendo um pouco menos ingrato do que o seu antecessor para o produtor brasileiro de café.