Estiagem impulsiona preços do café na Bolsa de Nova York
A estiagem na região Sudeste alterou completamente o cenário para o mercado mundial de café. O quadro desanimador para os preços deu lugar a ganhos expressivos neste início de ano.
Na Bolsa de Nova York, principal referencial mundial para a composição dos preços do café arábica, a alta no ano já chega a 24%. Somente em fevereiro, a valorização bate em 10%. A libra-peso, que era negociada a 110,70 centavos de dólar no final do ano passado, atingiu a casa de 137,60 centavos, nível que não era alcançado desde maio de 2013.
As temperaturas elevadas e a falta de chuvas estão atingindo os cafezais no período de granação, colocando em xeque o potencial produtivo. O clima acentuou a percepção de que a safra poderá não ser do tamanho estimado no final do ano passado e que ajudou a pressionar as cotações internacionais da commodity.
O mercado que carecia de novidade, encontrou na insegurança climática o motivo que precisava para dar mais uma puxada nos preços. E o efeito foi similar ao de uma geada, em tempos passados.
Só na terça-feira (4), o primeiro contrato na ICE Futures em Nova York subiu mais de 1.000 pontos. Na quarta-feira (5) , outra alta, de mais de 680 pontos.
É o temor climático se traduzindo em pânico comprador, típico de um “mercado de clima”.
É claro que toda a atenção está voltada para os mapas meteorológicos, que projetam, pelo menos até final de fevereiro, uma situação similar a atual, ou seja, temperatura acima e chuva abaixo da média sobre o cinturão cafeeiro nacional.
O clima tem sido o combustível fundamental que sedimenta o traçado altista do mercado.
E os operadores devem continuar monitorando os boletins meteorológicos, na expectativa de alguma notícia que indique a possibilidade de rompimento do bloqueio climático no Sul.
Isso permitiria a chegada de massas de ar mais frias à região Sudeste do país, possibilitando o retorno das chuvas em maior volume sobre as áreas de café.
É bom lembrar que o cenário traçado anteriormente para o mercado de café não era nada animador. Oferta ampla, tanto no disponível como para as safras futuras (perspectiva de safra gigantesca no Brasil) e demanda acomodada.
Uma mudança dependeria da necessidade de tirar a demanda da sua zona de conforto, pois só assim o mercado mudaria de direção. O governo brasileiro tentou com os leilões de opção, o que deu uma ajuda, mas não o suficiente para mudar os rumos do mercado.
A insegurança em relação ao tamanho da safra brasileira em 2014, que talvez venha bem menor do que se esperava inicialmente, teve um papel importante nessa mudança de trajetória.
E como reforço adicional ao movimento, a incerteza climática diante de um verão atípico no Brasil. O susto climático fez tanto a indústria como os fundos e especuladores alterarem a sua postura. Aquela certeza de uma safra grande no Brasil já não já não existe mais.
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