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Seca obriga produtores de grãos a refazer contas

14/02/2014 15h00

A falta de chuvas que atinge boa parte da região produtora de soja e milho do Brasil desde o final de janeiro já está obrigando produtores, órgãos oficiais e empresas de consultoria a refazer as contas.

Por enquanto, a aposta ainda é de safra recorde de grãos, mas o número final não deve atingir as metas mais otimistas.

No final do ano passado, projetar uma safra brasileira de 200 milhões de toneladas não era um exercício de risco. Os produtores estavam animados com os resultados da safra anterior e motivados a aumentar a área, principalmente com soja.

O trabalho foi feito. A área plantada é a maior da história e os investimentos em tecnologia cresceram, garantindo um potencial produtivo. Restava apenas apostar em condições climáticas favoráveis.

Mas a estiagem neste início de ano já causa perdas irreversíveis e o número final da safra não baterá no estimado inicialmente.

Nesta semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já deu os primeiros sinais de que a produção será menor. O órgão revisou em 3 milhões de toneladas a menos a sua estimativa para a safra brasileira de grão, agora indicada em 193,6 milhões de toneladas.

Se confirmada, esta será a maior safra da história, crescendo 3,6% sobre o ano anterior.

Mas é importante lembrar que o relatório de fevereiro tem como base dados recolhidos em janeiro. E no mês passado, a situação das lavouras não era tão grave como no momento. É provável que no próximo levantamento as indicações sejam ainda menores.

A Conab cortou as estimativas para a soja e para o milho. A oleaginosa tem produção estimada em 90 milhões de toneladas. O número anterior era de 90,3 milhões. A safra total de milho foi cortada de 79 milhões para 75 milhões de toneladas.

O alento para os produtores é que voltou a chover em algumas regiões e a previsão é de que as precipitações se generalizem a partir da próxima semana. Com a melhor umidade, as perdas tendem a cessar e há a possibilidade de recuperação nas lavouras plantadas mais tarde.

Mas o certo é que o patamar de 200 milhões de toneladas ainda não será alcançado. Ao menos na atual temporada.