Mudança de cenário favorece preços das commodities
O início de 2014 está sendo marcado por uma mudança no cenário de oferta e demanda mundial de algumas das principais commodities, com reflexo positivo para os preços.
Soja, milho e trigo acumulam no ano valorização superior a 10% nos contratos futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), desempenho que, até certo ponto, surpreende.
No caso da soja, produto líder na pauta de exportação do Brasil, a semana se caracterizou pela divulgação de números que confirmam a continuidade de aperto na oferta e demanda global da oleaginosa.
A disponibilidade será maior que a do ano anterior, mas insuficiente para exercer pressão sobre as cotações.
No início da semana, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou redução nos estoques finais americanos e mundiais. Logo em seguida, foi a vez da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) cortar a estimativa de safra do Brasil para 85,4 milhões de toneladas.
Com isso, os preços da commodity acumulam valorização de 10% no mercado internacional. Consultorias e bancos refizeram suas estimativas e apostam em preços médios maiores até o meio do ano. Quedas consistentes só deverão ocorrer no segundo semestre.
No milho, os ganhos já chegam a 13% no ano. Além de estoques menores que os esperados, a perspectiva de que os Estados Unidos plantem menos milho em 2014 –os produtores deverão apostar na soja por conta dos bons preços–, avalizam o bom momento.
Outro ponto a favor do milho é a preocupação com a situação da Ucrânia. O país é um dos mais importantes abastecedores do mercado mundial para o grão e o temor é que os embarques sejam prejudicados em meio aos conflitos políticos.
Este fator, aliás, explica em parte o bom momento do trigo no mercado internacional. Nesta semana, a elevação nos preços externos do cereal foi o destaque. As cotações em Chicago acumulam valorização de 11% no ano.
Além da questão ucraniana, o mercado internacional se mostra preocupado com o desenvolvimento das lavouras americanas. O clima seco pode prejudicar o potencial produtivo, diminuindo a oferta global e sustentando as cotações.
A alta externa é relevante para os produtos de exportação do Brasil, caso da soja e do milho, que vêm acumulando ganhos também no mercado doméstico. No caso do trigo, commodity que o Brasil precisa importar, aumentam os custos da indústria.
Em contrapartida, há incentivo ao plantio. Se tudo der certo, o país deverá produzir a maior safra da história de trigo neste ano.
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