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Sinalização do Federal Reserve pode ter impacto no mercado de commodities

28/03/2014 06h00

Na semana passada, as atenções do mercado mundial estiveram todas voltadas para a decisão do Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estado Unidos, sobre o rumo dos juros daquele país.

Normalmente, as diretrizes do Fed concentram as atenções do mercado financeiro internacional. No caso deste comunidado, a importância dobrou de tamanho, já que era a primeira decisão da nova presidente da instituição, Janet Yellen.

No geral, houve poucas novidades. O banco anunciou uma nova carga de redução nos estímulos à economia. O volume de compra de títulos da dívida pública reduziu de US$ 65 bilhões para US$ 55 bilhões.

O Fed também anunciou mudanças nos parâmetros de avaliação do ritmo de recuperação da economia local, que determinará os ajustes nos estímulos e nas taxas de juros. As mudanças envolvem as avaliações mais pormenorizadas do nível de emprego.

Porém, ainda há espaço para que os estímulos se mantenham ao longo de todo o ano e dependerão basicamente da consistência do nível de emprego.

A reunião apontou que as taxas de juros podem começar a subir seis meses após a redução total dos estímulos à economia, com sinalização de que isso poderia ocorrer ainda neste ano, o que seria realmente a grande surpresa.

Algumas instituições pressionam o Banco Central apontando que as taxas de juros já deveriam estar em 4% ao ano e não em 0,25/%. Com isso, nota-se que é uma questão de tempo apenas para que as taxas de juros voltem a encontrar elevação nos Estados Unidos, o que poderia ocorrer ainda neste ano.

Por isto, podem ser observados dois reflexos nos mercados a partir da reunião do Federal Reserve. A primeira é a tendência de alta nos mercados de juros de longo prazo, com vencimento a partir do início de 2016. A segunda é a tendência de queda nos mercados acionários e de contratos futuros.

Na medida em que os juros federais norte-americanos aumentam, ficam novamente mais lucrativas operações com renda fixa, atreladas a estes juros, do que operações com renda variável, expostas às oscilações dos mercados acionários e de commodities. Teoricamente, os juros afetam preços de ações e commodities.

Apesar do quadro fundamental ainda indicar um cenário positivo para a maior parte das commodities de exportação do Brasil, é importante que este fator seja levado em conta nos próximos meses, o que poderá gerar alguma pressão no mercado agrícola mundial.