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Empreendedor, aprenda a se vacinar contra o vírus da crise

Marco Roza

Colunista do UOL

09/09/2015 06h00

O vírus da crise nos contamina quando baixamos a guarda e acreditamos no pessimismo ambiente. Se o empreendedor se deixar contaminar pelos vários vírus econômicos que toda crise espalha, terá gripe, hepatite, resfriado e pneumonia financeira tudo ao mesmo tempo.

Ou sofrerá uma sequência de “doenças virais” que o manterá inativo, em vez de avançar razoavelmente saudável enquanto seus concorrentes, prostrados, se lamentam.

Ao nos recusarmos a nos contaminar pelos vírus da crise, conseguiremos ampliar nossa capacidade de análise, avaliar os erros que cometemos nas dificuldades anteriores e aproveitar as chances de atender as carências expostas pelos consumidores.

O empreendedor ou empreendedora que se exercita contra o pessimismo latente, o chororô repetido e o pânico que chegam junto com as principais manifestações das crises, deve estar atento em harmonizar suas ações e suas alianças.

A boa saída para qualquer crise, mesmo as aparentemente insuperáveis, requer muita calma e serenidade. Mas sem perder, jamais, a tensão que nos empurra para uma resposta de curto e médio prazos.

É essa pressão, enquanto saudável, serena e persistente que nos estimulará a criatividade. Pois nos ajudará a simular alternativas que escapam às vítimas das crises que gastam energias enormes em se de bater com o pessimismo, o desânimo e as justificativas que os arautos da própria crise lhes oferecem de bandeja.

Nas crises, o que muda é o tamanho das janelas de oportunidades. Janelas que antes eram amplas e visíveis por todos nas boas fases da economia, mas se estreitam e passam rápidas diante do empreendedor ou empreendedora.

Daí a necessidade de redobrar a atenção para identificar novos nichos e estilos de negócios nos ambientes nublados pelas lágrimas e lamentações dos arautos e replicadores das crises.

É bom termos em mente que só vamos ser bem-sucedidos em superar a crise dentro do próprio ambiente de crise, o que nos obrigará a nos ajustar a realidades diferenciadas das boas e velhas épocas das vacas gordíssimas. Nos preparar, portanto, para impor um outro ritmo a nossas empreitadas, a gerenciar ajustes muito mais finos nossos empreendimentos e preservar, com todo o orgulho, nossa ambição.

Ambição empreendedora de acertar mais do que os concorrentes, de surpreender o mercado, de dar a volta por cima e nos tornarmos o antídoto para nós mesmos. Para inspirarmos aqueles e aquelas que, contaminados pelos vírus da crise, ficaram inertes pelo meio do caminho.