Como combinar a necessidade com a oportunidade de empreender

Aparentemente é fácil distinguir a necessidade da oportunidade de empreender. Geralmente, quando somos demitidos inesperadamente e saímos à cata da sobrevivência, tendemos a criar novos negócios motivados principalmente pela necessidade.

A oportunidade premia aqueles que desde o primeiro dia do emprego planejam, cuidadosamente, a demissão de seus patrões. Se integram à cadeia produtiva do negócio para o qual se dedicam e estabelecem relacionamentos com fornecedores, com talentos complementares aos seus e se preparam para atender com mais eficiência e com diferenciais a clientela de seus ex-patrões.

Mas as crises que se traduzem em demissões arbitrárias nem sempre esperam que nos preparemos para garimpar as melhores oportunidades. De um mês para o outro, o ex-empregado tem que buscar alternativas para se tornar um empreendedor com relativo sucesso e a curto prazo.

O que fazer?

O essencial é ter muita calma nesses momentos de transição. E a serenidade surgirá com um mergulho profundo nas dificuldades e nas próprias superações embutidas nos problemas analisados.

Essa análise (ou autoanálise) requer tempo. E coragem de se distanciar da pressão imediata pela sobrevivência. Uma viagem-retiro com a família sempre ajuda. Mas é preciso ter coragem para decidir se afastar nos momentos de caos.

E, após o retiro e a avaliação dos plenos potenciais, o futuro empreendedor deve adotar a disciplina que o ajudará a exercitar a humildade de buscar ajuda e saber ajustá-la ao seu real potencial. Assim ampliará suas chances de combinar a necessidade premente com as oportunidades que pululam no mercado, mesmo em crise.

Buscar ajuda eficiente nestas horas é tão difícil quanto buscar a segunda opinião de um especialista no caso de uma doença grave. É necessário sangue frio, bom senso, garimpo determinado e sorte.

Ao realizar um reconhecimento de si mesmo emergirão energias e coragens latentes, disposição de trabalho surpreendentes, determinação que farão a diferença entre o futuro empreendedor e o ex-empregado que estava com as iniciativas adormecidas.

O próximo passo é agir, mantendo a iniciativa, mas sem se perder nos labirintos de oportunidades fogos-fátuos, que tendem a nos enganar.

Para isso, é essencial se ater ao que sabe fazer e se manter surdo às tentações de ganhos fáceis e rápidos, que estejam fora do seu projeto como empreendedor. Que deve ser flexível na sua execução mas ter princípio, meio e objetivos a serem alcançados. A curto prazo, especialmente.