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Entenda os desafios de assumir uma empresa já consolidada

Marco Roza

Colunista do UOL

14/10/2015 06h00

Da mesma maneira que os empreendedores que começam do “quase zero” correm sérios riscos de nadar e se afogar antes de atingir a terra firme de autossustentação, os bem-aventurados que têm a sorte de assumir uma empresa já consolidada também devem se preocupar com a sobrevivência de suas empresas.

Por exemplo, herdar uma empresa ou usar a indenização do antigo emprego para entrar de cabeça numa excelente franquia ou mesmo ter dinheiro para comprar uma empresa ou seu controle não é, decididamente, garantia de sucesso.

Porque gerenciar é superar problemas em frentes simultâneas, todos os dias. Começar a partir de uma base mais ampliada (por herança ou por ser capaz de investir) significa, apenas, que os problemas a serem superados serão muito mais complexos e igualmente ameaçadores como os enfrentados por aqueles que começam do “quase zero”.

Apesar de a gente ter consciência de que não existem empresas-ilha, isoladas das circunstâncias do mercado, enfrentamos sempre a dificuldade de identificar quais são as nuances que influenciarão positiva ou negativamente o dia a dia de nossos negócios.

Se a empresa já está consolidada, por exemplo, as ameaças virão de concorrentes já inseridos no mercado, que agem agressivamente diante da mudança de comando da sua empresa, porque precisam dos clientes, dos fornecedores e da lucratividade da empresa recém-assumida.

Para cumprir com sua missão de proteger e expandir seu negócio o novo sócio majoritário deve saber retomar e personalizar relacionamentos dos antigos donos, restabelecer alianças com os fornecedores e se vincular, emocional e profissionalmente, com seus empregados.

É decisivo ter clareza absoluta que relacionamentos com pessoas não se compram. Você pode ter comprado a empresa, mas os profissionais essenciais para manter e expandir seus negócios precisam ser seduzidos.

Além desse desafio de seduzir e liderar, o novo proprietário será continuadamente testado, avaliado e, principalmente, desafiado. E se não souber “lidar com gente”, respeitando suas susceptibilidades, vaidades e expectativas de participação nos resultados da empresa agora sob nova direção, todo o seu capital pode ir por água abaixo.