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Como usar a sorte de empreendedor principiante em favor da empresa

Marco Roza

Colunista do UOL

18/11/2015 06h00

Se você está buscando saídas à atual crise econômica e junta todos os seus recursos, amigos e talentos para abrir uma empresa, mantenha-se em alerta máximo se seu empreendimento der certo. 

Geralmente, essa sorte de empreendedor principiante, somada a um ego forte, que acaba de sobreviver a uma imensa decisão de risco, transforma homens e mulheres antes dóceis e inseguros em verdadeiras máquinas de certezas absolutas, que acreditam ter absorvido toda a inteligência gerencial disponível no universo.

Tornam-se egos desbravadores que acreditam, piamente, que transformam em sucesso tudo o que tocam. E se apressam em provar para seus parentes, amigos e conhecidos o novo talento empresarial.

Ampliam os riscos e assumem dívidas robustas com a compra do melhor carro do ano. Modernizam o escritório ou as instalações da empresa. Sofisticam o guarda-roupa e vivem postando nas redes sociais suas mais recentes viagens locais e internacionais. Querem que todos acreditem que é o empresário no paraíso.

Até que...

Até que o modelo de negócio que esse aprendiz de empresário criou é profissionalmente copiado por um empresário de fato, com equipes de estrategistas, com reservas bancárias convincentes. Por gente do ramo que tem a paciência de monitorar um novo negócio e avaliar seu inteiro potencial e, especialmente, como superar as falhas no atendimento e relacionamento com o seu mercado consumidor.

E o cerco é feito. Discretamente, a princípio. Até o bote final, que deixa o empresário aprendiz de feiticeiro sem eira nem beira, sem rumo e sem lucro.

Nessa altura, se o nosso personagem não tiver a humildade de recuar ao básico, de reaprender como é que se consolida a longo prazo seu empreendimento, corre o risco de se tornar um jogador em vez de um empreendedor. Ampliará as apostas no estilo de negócio, que já foi melhor copiado, e perderá em cada tentativa. Acumulará erros e prejuízos. Até a derradeira hora.

Portanto, não se anime muito com seu sucesso inicial. Com certeza é sorte. Mas aproveite a sorte para buscar ajuda e dividir a análise do projeto com pessoas de sua confiança, que apontarão alternativas e chamarão sua atenção para os eventuais erros cometidos.

Trate a sorte com humildade. Divida seu sucesso inicial com o maior número possível de pessoas e, quem sabe, conseguirá proteger seu modelo de negócios até que se torne muito difícil para seus concorrentes, sempre atentos, copiarem seu estilo gerencial.