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Plante "sementes empreendedoras" e tenha uma empresa bem sucedida

Marco Roza

Colunista do UOL

23/12/2015 17h55

Já estamos em pleno verão. Se para uns significa praia, para os agricultores é o momento de mobilizar recursos humanos e materiais para o início do plantio das safras de verão.

Nesta época do ano se planta soja, milho, café. Mas, para ter a colheita garantida no próximo ano, os agricultores sabem da importância de escolher a semente certa, preparar adequadamente o solo, adicionar os fertilizantes.

E mais: monitorar, todos os dias, faça sol e, principalmente, quando faz chuva, o desenvolvimento das sementes, que nos remetem a Gilberto Gil na sua canção “Drão”: “Se o amor é como um grão/Morre, nasce trigo/Vive, morre pão”.

É essa mutação permanente da semente que exige o cuidado continuado do agricultor, que diariamente organiza as proteções ao seu alcance para garantir uma colheita satisfatória.

O mesmo deveria valer para as sementes empreendedoras que plantamos em quaisquer épocas do ano. Em vez de abrir uma empresa (loja, escritório ou fábrica) e confiar nos indicadores fixos, como estrutura física, pessoal contratado, redes de computadores e capital disponível, devemos, sempre, nos inspirar nos agricultores.

Toda semente empreendedora só germinará se lhe garantirmos condições permanentes de mutação. Por sermos nós os responsáveis pela escolha da semente e das suas circunstâncias, também dependerá de nós desenvolver e fornecer os reforços que ajudarão a semente empreendedora na sua mutação até se tornar uma empresa de fato.

Basta uma caminhada pelas ruas dos nossos bairros e acompanharemos a agressiva abertura de novos empreendimentos (mesmo em tempos de crise), para três ou quatro meses depois a loja ostentar uma placa de "aluga-se".

O que faltou? Capital de giro, justificam-se alguns. Sorte, outros. Entendimento entre os sócios, afirmarão outros. Talvez.

Mas é importante que, antes mesmo de plantar a primeira semente empreendedora, nos preocupemos com a escolha do terreno e sua fertilidade; que olhemos as ervas daninhas do entorno, que tenhamos capacidade de gerenciar uma organização que morre todos os dias, no fim da tarde, para renascer no dia seguinte, quando reiniciamos as operações.

Uma semente empreendedora dependerá, inicialmente, muito das iniciativas do seu empreendedor, que deve motivar seu pessoal, gerar ganhos para seus fornecedores e se preocupar em seduzir seus clientes finais com experiências que os animem a voltar como as chuvas que se repetem.

Só assim será possível criar um ambiente de renovação e de recriação continuada até que, com o tempo, mais elástico do que um período de safra, o empreendedor tenha uma empresa que possa chamar de sua.