25/07/2011 - 18h10

Começando agora? Entenda o significado e como são formados os códigos das ações

<a href="http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/"><img src="http://n.i.uol.com.br/economia/infomoney.gif"/></a>
SÃO PAULO – Antes de começar a operar no mercado de ações é importante ter alguns conhecimentos básicos sobre o assunto. E, sem dúvida, um dos primeiros passos é aprender o que significam os códigos das ações, já que as transações de compra e venda são efetuadas com a utilização destes códigos.

SANB11, USIM5, PETR4. Se você não faz ideia do que isto quer dizer, saiba que estas combinações de letras e números seguem um padrão e que é fundamental conhecer o seu significado, para evitar uma transação equivocada que pode, inclusive, gerar prejuízos.

A gerente do Easynvest, Miriam Macari, lembra que os códigos possuem sempre 4 letras, em caixa alta, que fazem alusão ao nome da empresa. Por exemplo: PETR3 (de Petrobras) ou USIM5 (de Usiminas). Depois das letras, aparece um número, que indica o tipo de papel que está sendo adquirido.

Confira o significado de cada número:
1
– O número 1 após as letras do código indica que aquele é um direito de subscrição (compra) de uma ação ordinária. “Quando uma empresa aprova um aumento de capital, ela dá ao acionista o direito de continuar com a mesma fatia do capital da empresa. Para isso, a companhia garante o direito do investidor comprar a ação que está sendo emitida por um preço determinado e cabe a ele decidir se irá comprar ou não”, explica Mirian.

Se isso acontecer, o acionista verá no seu portfólio que, além de suas ações ordinárias, aparecerá o código das ações com o número 1. Por exemplo: se ele tiver ações ordinárias da Petrobras, além de PETR3, aparecerá PETR1 no home broker, durante o período em que as ações estiverem sendo subscritas. “Se ele não exercer o direito de compra, o código irá desaparecer no final do prazo e ele permanece com a quantidade de ações que já tinha”, afirma Miriam.

Se o investidor preferir não exercer o direito de subscrição, ele pode optar por vender este direito a terceiros. Neste caso, o comprador precisa entender bem o que está adquirindo. “Existem casos onde o investidor nota que existe um papel da Petrobras, por exemplo, sendo negociado por um preço bastante baixo (R$ 1, por exemplo) e resolve comprar. Só que ele não está comprando uma ação e sim o direito de comprar o papel por determinado preço. Ou seja, ele compra por R$ 1 o direito de comprar uma ação da Petrobras por R$ 30”, explica Miriam.

No final do prazo da subscrição, o investidor terá de comprar aquela ação por R$ 30. “Em muitos casos, o investidor não faz ideia que precisará ter capital suficiente para comprar a ação pelo preço normal. Se ele não comprar, perderá todo o capital investido no direito de subscrição”, afirma Miriam.

O operador da corretora Tov, Pedro Braz, concorda que este é um erro comum entre os investidores inexperientes. “Estes direitos são negociados por preços pequenos e podem ter grandes oscilações, o que chama muito a atenção dos investidores ”, aponta.

2 - O número 2 também é utilizado para indicar o direito de subscrição, mas de uma ação preferencial. Por exemplo: BBDC2 seria um direito de subscrição da ação preferencial do Bradesco (BBDC4).

3 - O número 3 é bastante utilizado no mercado de ações, pois indica que aquela é uma ação ordinária (com direito a voto). Um exemplo é o código USIM3, que se refere à ação ordinária da Usiminas.

4- O número 4 também é bastante comum e se refere às ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos). Como exemplo, você já deve ter visto o código PETR4, que indica os papéis preferenciais da Petrobras.

5, 6, 7 e 8 – Quando o código da ação é composto por um destes números, também significa que aquele é um papel preferencial, mas de classes diferentes. O número 5 significa que a ação é preferencial classe A (PNA), como a VALE5, por exemplo. O número 6 indica ação preferencial classe B (PNB), o 7 significa classe C (PNC) e o 8 classe D (PND).

“Não há uma diferença específica entre as classes, cada empresa as trata de maneira distinta. Para saber exatamente as características da ação preferencial de uma determinada classe, é preciso olhar o estatuto da empresa”, afirma Miriam.

9 – Quando você exerce o direito de subscrição de uma ação ordinária, antes de ela entrar no seu portfólio com o código normal – PETR3, por exemplo - ela aparece como um recibo de subscrição, com o número 9 depois das letras – PETR9, por exemplo. “Este recibo já pode ser negociado e tem o preço bem próximo ao da ação ordinária”, afirma Pedro Braz, da Tov.

10 – Assim como o número 9, o 10 também se refere a um recibo de direitos sobre ações. A diferença é que são ações preferenciais, e não ordinárias.

11 – A gerente do Easynvest ressalta que não existe uma regra específica para o tipo de papel negociado com o número 11. “Normalmente, o mercado usa o número 11 para BDRs (Brazilian Deposit Receipts - Recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira) e para Units – papéis compostos por mais de um ativo, mas comprados e vendidos como uma unidade.

“Uma Unit pode ser composta por várias combinações de diferentes tipos de ações. Uma ação preferencial e duas ordinárias, 3 ordinárias e duas preferenciais, enfim, a empresa é quem define”, afirma Miriam. O Santander, por exemplo, negocia Units no mercado acionário brasileiro, sob o código SANB11.

Mercado fracionário
No mercado fracionário (onde são negociadas frações dos lotes padrão das empresas), os códigos são os mesmos, acrescidos da letra F depois do número. Por exemplo: BBDC3F (ação ordinária do Bradesco negociada no fracionário), USIM5F (ação preferencial classe A da Usiminas negociada no fracionário).

“É importante lembrar que, no fracionário, os preços são distintos, é um outro book de oferta”, afirma Miriam.

Mercado de opções
O mercado de opções também tem códigos de negociação que representam o tipo de ativo que está sendo comprado ou vendido. O operador da Tov ressalta que as 4 primeiras letras, assim como no mercado à vista, se referem à empresa.

“A quinta letra representa o mês de vencimento da opção e se ela é de compra ou venda. O número geralmente é o 'strike' (preço-alvo teórico do exercício da opção), mas isso pode variar em alguns casos”, afirma Braz. Por exempo: VALEH53, seria uma opção de compra da Vale, com preço-alvo de exercício em R$ 53,00.

Confira na tabela abaixo, o mês correspondente às letras do mercado de opções:

Opção sobre ações
MêsOpção de compraOpção de venda
JaneiroAM
FevereiroBN
MarçoCO
AbrilDP
MaioEQ
JunhoFR
JulhoGS
AgostoHT
SetembroIU
OutubroJV
NovembroKW
DezembroLZ
Fonte: BM&FBovespa