02/02/2012 - 15h16

Santa Catarina oferece as melhores condições de qualidade de vida, diz estudo

<a href="http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/"><img src="http://n.i.uol.com.br/economia/infomoney.gif"/></a>

SÃO PAULO – Um estudo coloca Santa Catarina como o estado brasileiro que oferece aos seus habitantes as melhores condições econômicas e de qualidade de vida. Por lá, os cidadãos encontram bons níveis de consumo, capital, equidade social e seguridade econômica.

Mas não é só Santa Catarina que tem bons índices. São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná também apresentaram elevado IBEE (Índice de Bem-Estar Econômico), um novo indicador que mede o acesso aos recursos econômicos, calculado para os anos de 2002 e 2008.

Alagoas tem pior índice
O indicador é definido como sendo uma ferramenta sintética de bem-estar econômico que engloba os distintos aspectos que estão associados a um padrão de vida decente. O estudo que classificou os estados do País foi realizado na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP (Universidade de São Paulo), em seu campus de Piracicaba.

A pesquisa, de autoria da economista Cláudia Bueno Rocha Vidigal, também mostrou que os piores índices foram encontrados no estado de Alagoas.

Novo indicador
O novo indicador foi proposto para avaliar o bem-estar econômico de uma sociedade, considerando não apenas a renda, mas também variáveis que consideram outros elementos importantes para a satisfação da população. Exemplos desses fatores são os fluxos de consumo pessoal, estoques de riqueza, distribuição de renda e seguridade econômica.

Atualmente, o indicador mais utilizado para mensurar o bem-estar econômico é o PIB (Produto Interno Bruto), e sua variante, o PIB per capita. Ambos só levam em consideração a renda da população para avaliar o bem-estar e são considerados limitados pela autora da pesquisa.

O IBEE leva em consideração um índice desenvolvido em 1998 pelos economistas Lars Osberg e Andrew Sharpe e que vem sendo aplicado periodicamente no Canadá e em países selecionados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Ao adaptar esse índice no Brasil, explica Cláudia, passou a considerar o risco de violência, “devido ao fato de serem observados elevados níveis de criminalidade no país”.

Como é desenvolvido?
O IBEE é composto por quatro dimensões distintas. Fluxos de consumo são obtidos pelos indicadores de consumo privado e consumo público;  riqueza real – legado intergeracional é resultante dos indicadores capital físico, capital humano, gastos com pesquisa e desenvolvimento e débito público.

Entram também equidade, construída a partir do Índice de Gini (índice de desigualdade de renda) e do Índice FGT (índice de intensidade de pobreza), e seguridade econômica, formada pelo indicadores de risco de desemprego, risco financeiro associado à doença, risco de pobreza em idade avançada e risco de violência.

Falando da dimensão fluxos de consumo, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo foram as unidades da federação mais bem colocadas, e o Maranhão teve o pior desempenho. Em termos de riqueza real e legado deixado às futuras gerações, o Distrito Federal se manteve líder nos dois anos analisados, acompanhado pelo Paraná. O Mato Grosso obteve a pior colocação em 2002 e o Piauí, em 2008.

Santa Catarina e Alagoas
Ao analisar a dimensão equidade, que leva em conta o nível de desigualdade de distribuição de renda e a intensidade de pobreza, a economista concluiu que Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná têm as melhores condições, “refletindo as boas condições oferecidas pela região Sul do Brasil”.

“Na contramão deste resultado, o estado de Alagoas apresentou indicadores preocupantes de equidade econômica, fazendo com que se mantivesse em último lugar no ranking da dimensão nos dois anos do estudo”, afirma Cláudia.

Em relação à dimensão seguridade econômica, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá foram os que apresentaram os piores desempenhos, tanto em 2002 quanto em 2008. Por fim, quando analisadas as dimensões conjuntamente, o cálculo do índice demonstrou que, independentemente dos pesos atribuídos para cada uma delas, Santa Catarina apresenta o maior bem-estar econômico no País.