Mídia e Marketing #69: Ian Black, CEO da agência New Vegas
A falta de perspectivas negras causa problemas na sociedade que vão desde questões de afeto até a percepção de que profissionais brancos são mais qualificados do que os negros. Como a publicidade pode ajudar este diminuir este problema?
Para falar sobre o tema (e sobre o futuro do modelo das agências de publicidade), o episódio #69 do podcast Mídia e Marketing recebe Ian Black, CEO da agência New Vegas.
Para Ian, o desafio de equidade racial vai muito além da comunicação —e tem a ver com mudanças da própria sociedade.
"As mudanças não têm só a ver com a questão de raça. Temos que perceber onde existem falhas de todos os tipos: de transparência, de relações saudáveis e de valores que a gente comunica. A presença de pessoas negras ajuda a contribuir um ambiente muito mais justo para todo mundo, por exemplo" (no arquivo acima, este trecho está a partir de 3:10).
E como a polarização política afeta a ampliação da presença de pessoas negras em espaços de poder? Para Ian, a polarização, na verdade, acaba sendo positiva.
"A polarização política evidencia o racismo, o machismo, o sexismo, a transfobia. Com isso exposto, o próximo passo é dialogar sobre os temas. Esse diálogo é inescapável. Nosso problema não é individual: é a sociedade que dá condições para a reprodução dessas violências. Eu consigo olhar para essa polarização de um jeito positivo, porque ela nos possibilita não fugir deste debate" (a partir de 12:39).
Para Ian, as marcas ainda têm certo receito de entrar neste debate —mas a culpa não é só delas.
"As marcas têm receio de tratar de diversidade, mas não gosto de acusação, de atribuir somente às marcas a responsabilidade disso. O tema sempre foi renegado, foi um assunto 'não falado' durante muito tempo. É o que chamo de um "analfabetismo racial", que faz com que haja uma inabilidade de entendimento da complexidade da questão racial. As marcas precisam ter consciência da sua responsabilidade e precisam de pessoas capazes de liderar mudanças", diz (a partir de 15:07).
O executivo também fala sobre como enxerga os novos formatos de trabalho das agências de publicidade.
"As agências agora se definem pelo modelo de negócios. E eu sou agência sim, com muito orgulho. Acredito no meu modelo, não posso simplesmente desistir e deixar o modelo fechado, modelo que tem ficado cada vez mais inadequado nos tempos de hoje, não só em termos de negócios, mas também em termos culturais" (a partir de 25:28).
Ian também cita uma série de pessoas que inspiram seu dia a dia, como o jurista Sílvio Almeida, o Professor Vicente Góes, a empreendedora Maitê Lourenço e o músico Thiago França, entre outros. Dentro da publicidade e do marketing, ele indica nomes como Túlio Custódio, Samantha Almeida, Dudu Camargo, André Passamani, Chiara Martini, Gabi Moura e Joana Mendes (a partir de 33:48).
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