Grau de investimento pode vir no governo atual, diz Moody's; veja como
O Brasil tem a chance de alcançar o grau de investimento ainda durante o governo atual, afirmou Samar Maziad, vice-presidente para risco soberano da Moody’s, em entrevista à Folha de S. Paulo.
Nesta terça-feira (01), a agência de classificação de risco elevou a nota de crédito do Brasil de “Ba2” para “Ba1” e manteve a perspectiva do país como “positiva”. Isso coloca o Brasil a apenas um passo de obter o grau de investimento, o que significa que o país seria considerado seguro para investidores, com baixo risco de calote em seus títulos de dívida.
Segundo Samar Maziad, o grau de investimento pode ser alcançado desde que seja feito um ajuste fiscal focado nos gastos obrigatórios.
“Mantivemos a perspectiva positiva para a classificação porque há a possibilidade de vermos mais medidas de contenção de gastos”, explicou.
Ela mencionou que a Moody’s revisa a nota do país dentro de um horizonte de 12 a 18 meses e que uma reavaliação poderá ocorrer após esse período.
De acordo com Maziad, o principal gatilho para um novo aumento da nota será a implementação de medidas estruturais que ajustem as contas públicas, especialmente no controle das despesas obrigatórias, o que proporcionaria a credibilidade fiscal necessária ao Brasil.
Maziad destacou que o novo arcabouço fiscal contribui para o cumprimento das metas de resultado primário e para a estabilização da dívida pública, prevenindo aumentos futuros. No entanto, assim como o teto de gastos criado em 2016, são necessárias medidas adicionais para que o arcabouço tenha efetividade.
“O teto de gastos, por si só, não funcionaria sem a reforma da Previdência e outras medidas que contivessem o aumento dos gastos obrigatórios. Ele serviu como um marco geral para que outras ações fossem implementadas”, afirmou.
Ela ressaltou que essa abordagem é essencial para aumentar a confiança dos investidores e reduzir os prêmios de risco embutidos nos títulos do Tesouro, o que diminui o custo da dívida pública e evita uma escalada da dívida.
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