Nathália Arcuri, CEO da startup Me Poupe, diz que amortizar o financiamento de uma casa ou apartamento "pode ser a pior coisa a se fazer" na vida financeira. Ela fez um vídeo no YouTube defendendo investir o dinheiro. Mas amortizar a dívida para reduzir o tempo de financiamento tem impacto para o bem-estar psicológico, diz Eduardo Feldberg, conhecido no Youtube como Primo Pobre. Ele fez um vídeo na plataforma discordando de alguns pontos ditos por Nathália. O que dizem os influenciadores?Nathalia diz que, em cada parcela do financiamento imobiliário, parte do custo são os juros da dívida. Ao antecipar as parcelas e amortizar a dívida, os juros também diminuem. Por isso, muitas pessoas acreditam que essa seja a opção mais vantajosa. Antes de amortizar, o investidor precisa verificar qual é o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento imobiliário, que considera, além da taxa de juros anual do financiamento, aspectos como seguro e taxa de administração, diz Nathalia. "Eu tenho vários amigos e alunos e alunas que estavam desperdiçando, jogando dinheiro pela janela, ao amortizar as suas dívidas do financiamento, porque a gente é levado a crer que sempre vale a pena amortizar e pagar as últimas parcelas do financiamento" Nathalia Arcuri, CEO da Me Poupe, em vídeo do YouTube Depois, vale comparar o Custo Efetivo Total com o rendimento de um investimento. Esse investimento seria destinado a amortizar a dívida lá na frente, ao resgatar o dinheiro. Se o CET é menor que a rentabilidade, não vale a pena antecipar as parcelas. Se um financiamento possui um CET de 7% ao ano, hoje é possível encontrar investimentos com rentabilidade de ao menos 12%, diz ela, o que seria mais vantajoso do que amortizar o financiamento e antecipar as parcelas. Já Feldberg, o Primo Pobre, reconhece que o atual cenário favorece o investimento no lugar da amortização. Mas diz que o CET de um novo financiamento imobiliário, hoje, é muito maior que 6,5%, já que os juros estão altos. "Se o financiamento tem juros de 10% e CET de 11%, e o investimento rende 12% ou 13%, vale mais a pena amortizar. Se o financiamento tem juros de 4%, 5% e 6%, é melhor investir", diz. Mas afirma que isso vai depender do nível de juros pagos no financiamento. Porém, os juros altos, que favorecem os investimentos, não irão se manter para sempre. Feldberg afirma que o retorno dos investimentos de renda fixa é em torno de 13% ao ano hoje, por causa da instabilidade econômica no mundo. A tendência é cair em tempos de estabilidade econômica e política no mundo. O fator psicológico de ver sua dívida diminuindo também é importante, diz ele. "Eu prefiro amortizar, mesmo hoje que os investimentos estão rendendo mais. O efeito psicológico e emocional da amortização é muito mais 'da hora' do que o investimento" Eduardo Feldberg, o Primo Pobre no YouTube Mas, afinal, é melhor amortizar a dívida ou investir o dinheiro?A decisão sobre o financiamento imobiliário está muito mais ligada ao comportamento da pessoa do que ao investimento em si, diz Felipe Sousa, analista da Levante Corp. Veja a simulação de quanto você ganha em cada um dos dois cenários, onde investir esse dinheiro e o que mais você deve levar em consideração na matéria completa no UOL Investimentos. ********** NA NEWSLETTER A COMPANHIA A newsletter A Companhia desta semana analisa Arezzo&Co. A empresa deixou de ser apenas uma calçadista para mirar também o mercado de vestuário e acumula boa rentabilidade, baixas dívidas e estratégia de crescimento viável e bem definida. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, com análise detalhada de uma empresa, clique aqui. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. PUBLICIDADE | | |