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Conselho da Usiminas cancela divulgação de resultado marcada para esta 6a

13/02/2015 11h31

Por Stephen Eisenhammer

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Conselho de Administração da Usiminas, mergulhado em uma crise interna de disputa de poder na maior produtora de aços planos do Brasil, cancelou a divulgação de resultados trimestrais da companhia após não aprovar as contas do exercício de 2014.

Como resultado, o Conselho também não aprovou proposta de pagamento de dividendos, segundo comunicado divulgado ao mercado nesta sexta-feira.

As deliberações tomadas na reunião do Conselho realizada na noite da véspera contaram com voto contrário do conselheiro Marcelo Gasparino da Silva. Representantes do advogado não puderam comentar o assunto de imediato.

A rejeição das contas de 2014 ocorreu apesar do Comitê de Auditoria da Usiminas e o Conselho Fiscal da empresa terem aprovado o envio dos números ao Conselho de Administração e para assembleia geral da companhia.

Porém, uma fonte próxima do assunto afirmou à Reuters que o cancelamento da divulgação ocorreu diante de dúvidas contábeis sobre alguns itens do balanço.

A não aprovação do resultado fazia as ações da companhia recuarem mais de 3 por cento nesta sexta-feira, ante um Ibovespa que subia cerca de 1 por cento às 10h20.

Desde o final de setembro passado, quando três alto executivos da companhia foram demitidos acusados de receberem valores indevidos da empresa, incluindo o ex-presidente Julián Eguren, o Conselho de Administração da Usiminas tem vivido sob a tensão da disputa de poder entre os sócios Ternium-Techint e Nippon Steel.

A briga, aliada a um cenário de fraqueza do mercado interno, tem feito as ações da companhia desabarem de valor desde então, com o preço acumulando desvalorização de cerca de 51 por cento até o fechamento de quinta-feira.

Representantes da Ternium não estavam disponíveis para comentar o assunto às 10h25. Representantes da Nippon Steel no Brasil informaram que a empresa deve se posicionar mais tarde nesta sexta-feira. Procurada, a Usiminas não comentou o assunto.

(Com reportagem edicional de Alberto Alerigi Jr.)