Altas temperaturas podem causar atrasos ou cancelamentos de voos, um fenômeno raro no Brasil, mas que pode ser reacendido pela recente onda de calor.
BRUNO ROCHA - 14.nov.2023/ESTADÃO CONTEÚDO
O ar menos denso em altas temperaturas reduz a potência dos motores das aeronaves, afetando o desempenho aerodinâmico, pois o ar mais denso interage melhor com as superfícies do avião, geralmente ocorrendo em dias frios e secos.
Em situações de calor e umidade que afetam a segurança do voo, medidas como aumentar a distância de decolagem, reduzir carga, diminuir quantidade de combustível, retirar passageiros ou até mesmo cancelar ou atrasar voos podem ser necessárias.
Grandes empresas aéreas no Brasil afirmam não ter enfrentado problemas significativos devido à onda de calor recente. A Gol destaca o acompanhamento constante para prevenir possíveis complicações.
A temperatura é um parâmetro crucial no cálculo de performance de voos. Variações dinâmicas ao longo do dia, especialmente em aeroportos restritos, podem exigir análises específicas para cada voo.
Fernando Henrique Tavares da Silva Amaral, diretor de Segurança Operacional da Gol, destaca a importância do acompanhamento da variação de temperatura para evitar problemas, como a necessidade de redução de peso da aeronave.
Regiões naturalmente mais quentes enfrentam mais cancelamentos e atrasos devido ao calor. Aeroportos nessas áreas geralmente têm pistas mais extensas para compensar a necessidade de uma corrida maior antes da decolagem.
Aeroportos em locais com temperaturas acima de 40°C, como Las Vegas no deserto de Mojave (EUA), registram mais problemas desse tipo. Um exemplo foi um voo que aguardou horas devido às condições climáticas desfavoráveis.
Nos EUA, o verão tende a ter mais cancelamentos de voos devido a problemas climáticos em comparação com o inverno. Os meses mais quentes, de junho a setembro, representam cerca de 30% dos cancelamentos relacionados a questões climáticas.
A variação climática em diferentes regiões do mundo apresenta desafios específicos para as operações aéreas, exigindo adaptações e precauções para garantir a segurança e eficiência dos voos.
A capacidade de enfrentar condições climáticas adversas destaca a importância da resiliência da infraestrutura aeroportuária para manter a continuidade das operações.
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O monitoramento constante das condições climáticas e a tomada de decisões ágeis são essenciais para lidar com desafios inesperados e garantir a segurança dos voos.
As companhias aéreas e autoridades aeroportuárias precisam considerar as mudanças climáticas e desenvolver estratégias para lidar com eventos climáticos extremos, protegendo tanto passageiros quanto operações.
A integração de tecnologias avançadas e previsão meteorológica precisa desempenhar um papel fundamental para antecipar e mitigar os impactos adversos do clima nas operações aéreas.
Para mais informações, acesse a coluna Todos a Bordo, de UOL Economia.