Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Governo vê 320 votos para aprovar novo auxílio, mas ainda segura pressões
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A necessidade de uma nova rodada de pagamento do auxílio emergencial é praticamente consenso no Congresso. Mas, o conteúdo do texto da PEC Emergencial, que permitirá a aprovação do benefício, tem algumas resistências na Câmara.
A ordem da articulação do governo e do ministro da Economia, Paulo Guedes, é não permitir mudanças no texto aprovado pelo Senado e aprovar a matéria ainda nesta semana para conseguir retomar o pagamento do benefício ainda neste mês de março.
Ontem (8), o presidente Jair Bolsonaro admitiu que tem recebido pressão da bancada da segurança pública para retirar alguns artigos e disse que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), poderia discutir com líderes a criação da uma PEC paralela para incluir os pontos que fossem suprimidos do texto aprovado por senadores.
Apesar disso, a equipe econômica reforça que é fundamental que, além da permissão para o pagamento do auxílio, as contrapartidas fiscais existentes na PEC sejam mantidas.
"Trabalharemos para manter o texto", disse à coluna o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
A mesma direção tem sido seguida pelo ministro responsável pela articulação, Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), que acredita em um placar em torno um pouco acima dos 308 votos necessários para a aprovação da PEC.
No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente falam em um placar de pelo menos 320 votos.
Lira e a agenda fiscal
A crença do governo para conseguir manter o texto aprovado pelos senadores está também na postura que vem sendo adotada pelo atual presidente da Câmara.
Segundo interlocutores do governo, Lira foi um dos que mais bancou a decisão de manter o benefício dentro do teto de gastos. "Ele sabe que é importante para a gestão dele na Câmara a seriedade do controle fiscal", disse uma fonte da Esplanada. "Ele não querer começar com o pé esquerdo", completou.
Lobby de ex-líder
Nos bastidores, deputados e auxiliares do presidente afirmam que Bolsonaro foi procurado pelo ex-líder do governo, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), durante o fim de semana pedindo mudanças no texto.
Bolsonaro - que tem na área da segurança um dos seus principais focos e até mesmo eleitores - chegou a considerar a mudança a pedido de Vitor Hugo. Em uma reunião no Palácio do Planalto, ontem à tarde (8), que contou com a presença de Barros, Ramos e do relator da PEC na Câmara, deputado Daniel Freitas, o presidente questionou se não havia formas de atender aos pleitos das forças de segurança.
A resposta foi não. Por isso, pelo menos até o momento, a ordem do governo - que conta com a concordância do Posto-Ipiranga - é uma só: aprovar o texto sem mudanças e pagar o quanto antes o auxílio emergencial.
Na Câmara, ao menos publicamente, o esforço é para resolver a pauta no máximo até quinta-feira (11). As discussões sobre a PEC estão marcadas para começar nesta terça-feira (9).
Mais do que os políticos e suas articulações, o fato é que no auge da pandemia, com recordes de mortes, milhares de brasileiros vulneráveis esperam por essa resposta o quanto antes.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.