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Militares dizem que centrão está aumentando preço do aluguel de Bolsonaro
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Diversos militares ouvidos pela coluna e que foram surpreendidos pelo anúncio da saída do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa disseram que o governo está abrindo um precedente perigoso ao abrir de vez a Esplanada dos Ministérios para indicados políticos.
Nas palavras de um militar de alta patente, o "Centrão não vende apoio, ele aluga. E está aumentando o aluguel".
Mais cedo, os parlamentares já tinham conseguido forçar a saída do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. No meio da tarde desta segunda-feira, porém, o anúncio da saída de Azevedo veio com a confirmação de auxiliares do presidente de que ele anunciará em breve uma dança das cadeiras.
As mudanças teriam como objetivo atender o apetite do centrão por mais cargos. Nessa dança das cadeiras, é provável que algum dos ministros palacianos seja deslocado para a Defesa: provavelmente o atual ministro da Casa Civil, general Braga Netto.
A ideia é abrir a Secretaria de Governo, hoje sob o comando do general Luiz Eduardo Ramos, para um indicado político. Se a opção for essa, Ramos deve migrar para a Casa Civil.
Os nomes favoritos no Palácio do Planalto para assumir a coordenação política são o do ministro das Comunicações, deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Sequela Pazuello
Um general ouvido pela coluna disse que uma das razões para a saída de Azevedo e Silva seria uma sequela do desgaste envolvendo o também demitido ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.
Além de ajudar na indicação de Pazuello para a pasta da Saúde, Azevedo agiu nos bastidores para segurar o ministro.
Saída foi selada em rápida conversa
Pessoas próximas do general Fernando disseram que Bolsonaro disse na conversa com o ministro que precisaria do seu cargo para "fazer ajustes na Esplanada". A conversa foi rápida e o general não titubeou, atendeu a ordem de entregar seu espaço no governo.
A alguns amigos, o general disse que não irá sair "atirando" e que nem deve fazer críticas públicas ao governo.
Militares ouvidos pela coluna lamentaram a saída do general Fernando e lembraram que ele conseguiu enfrentar diversos momentos de turbulência mantendo a harmonia entre as instituições.
Fernando Azevedo e Silva, que trabalhou como assessor do ministro do STF, Dias Toffoli, era sempre chamado para intermediar conversas com a cúpula dos outros poderes e apontado como um bom apaziguador.
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