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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Ministro da Defesa, general Azevedo e Silva anuncia saída do governo

Do UOL, em Brasília

29/03/2021 15h59

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Apontado como um dos principais auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, entregou o cargo nesta segunda-feira (29). Sem maiores explicações para a razão de sua saída, em uma nota oficial divulgada pela assessoria da pasta, o ministro agradece ao presidente Jair Bolsonaro e aos comandantes das Forças e diz que sempre atuou para que as Forças Armadas fossem preservadas como instituição de estado.

"Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao País, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira", diz a nota. "Saio na certeza da missão cumprida", finaliza.

De acordo com fontes ligadas ao general, a decisão veio após um pedido do presidente Jair Bolsonaro pelo cargo. "Ele sai sereno", disse um auxiliar.

O anúncio da saída do general, sem maiores justificativas por ora, pegou de surpresa algumas fontes em Brasília que estavam envolvidas nas tratativas para fechar um substituto para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que também informou sua decisão de sair do governo ao presidente.

Com a saída de Ernesto e Azevedo, no mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro perde dois importantes expoentes de alas diferentes do governo: um da ala ideológica e outro da ala militar.

Novas mudanças

Fontes do Palácio do Planalto afirmam que outras mudanças podem ainda ser anunciadas hoje.

Segundo um general ouvido pela coluna, existe a possibilidade de o atual ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ir para o comando da Defesa, o que poderia abrir espaço político para o cargo de articulação.

Além disso, outra possibilidade, segundo auxiliares, é que o atual ministro da Casa Civil, Braga Netto vá para a Defesa e Ramos assuma a Casa Civil.

Com isso, Bolsonaro deve contemplar um político do Centrão com mais espaço no governo.

Saída foi selada em rápida conversa

Pessoas próximas do general Fernando disseram que Bolsonaro disse na conversa com o ministro que precisaria do seu cargo para "fazer ajustes na Esplanada". A conversa foi rápida e o general não titubeou, atendeu a ordem de entregar seu espaço no governo.

A alguns amigos, o general disse que não irá sair "atirando" e que nem deve fazer críticas públicas ao governo.

Militares ouvidos pela coluna lamentaram a saída do general Fernando e lembraram que ele conseguiu enfrentar diversos momentos de turbulência mantendo a harmonia entre as instituições.

Fernando Azevedo e Silva, que trabalhou como assessor do ministro do STF, Dias Toffoli, era sempre chamado para intermediar conversas com a cúpula dos outros poderes e apontado como um bom apaziguador.