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Ibovespa: Desemprego no Brasil e varejo nos EUA movimentam o mercado hoje

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No Brasil, investidores repercutem dados do desemprego. As atenções estão voltadas para a divulgação da taxa de desocupação por estado, sexo e idade medida pela Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios) Contínua no segundo trimestre deste ano. Os dados apontam que a desocupação recuou em oito das 27 unidades da federação. Na frente política, um conflito entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aumenta a pressão do centrão sobre o governo Lula (PT) e a agenda econômica. Paralelamente, o mercado acompanha as divulgações de resultados corporativos.

Índices futuros americanos operam em baixa, às vésperas da divulgação da ata do Fed. Os investidores cogitam a possibilidade de que a economia dos Estados Unidos continue forte e não permita a redução dos juros para a meta de 2% definida pelo Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano). Neste caso, seria necessário manter os juros altos por mais tempo. Os agentes do mercado ainda aguardam a divulgação das vendas do varejo.

Bolsas europeias caem, puxadas por números da economia do Reino Unido. A taxa de desemprego no país subiu para 4,2% no segundo trimestre, enquanto os salários cresceram 7,8% no mesmo período. O forte avanço dos salários reforçam a expectativa de que o BoE (Banco da Inglaterra) aumentará os juros em sua próxima reunião, em setembro. Na Alemanha, o índice ZEW de expectativas saiu de -14,7 em julho para -12,3 em agosto. Na Rússia, o BC local anunciou nova alta na taxa básica de juros, de 8,5% para 12%, com o objetivo de "limitar riscos à estabilidade de preços".

Na Ásia, Bolsas fecham sem direção única, após novos dados da China. Os números da produção industrial e das vendas no varejo chinês vieram abaixo do previsto pelo mercado, embora o PBoC (Banco do Povo da China) tenha anunciado cortes nos juros para apoiar a atividade econômica. A produção industrial da China cresceu 3,7% em julho frente ao mesmo mês de 2022; as vendas no varejo chinês aumentaram 2,5%, desacelerando em relação a junho (3,1%). A Bolsa de Xangai fechou em queda de 0,07%, e a de Shenzhen caiu 0,66%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou baixa de 1,03%. Já na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei fechou em alta de 0,56%. Na Coréia do Sul, o índice Kospi registrou queda de 0,79% em Seul, enquanto o índice Taiex de Taiwan subiu 0,37%.

Magazine Luiza tem prejuízo no segundo trimestre. A companhia reportou prejuízo ajustado de R$ 198 milhões nos três meses terminados em junho, queda de 77% ante o mesmo período do ano passado. A receita líquida ficou quase estável (+0,1%), impactada pela volta do DIFAL (diferença de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais). Já a geração operacional de caixa medida pelo Ebitda recuou 10,6%. O Magalu reforça que o ciclo de cortes nos juros iniciado em agosto pelo Banco Central pode trazer um certo alívio, além de aumentar o poder de compra e do crédito ao consumidor.

IRB fecha segundo trimestre com lucro líquido de R$ 20,1 milhões. O resultado reverte o prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em 2023, a companhia acumula lucro líquido de R$ 28,7 milhões, alta de R$ 321,6 milhões frente ao primeiro semestre do ano passado. O índice de sinistralidade passou de 124,2% para 73,6%, já demonstrando os efeitos da limpeza de carteira. A companhia também melhorou o índice combinado — que inclui sinistralidade, comissionamento e demais despesas — em 46 pontos percentuais, passando de 154,3% para 108,3%.

JBS tem prejuízo líquido de R$ 263,6 milhões no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, a empresa havia reportado lucro líquido de R$ 3,9 bilhões. No Ebitda ajustado, houve recuo de 56,9% na comparação anual, mas aumento de 106,7% entre o primeiro e o segundo trimestre, saindo de R$ 2,162 bilhões em março para R$ 4,470 bilhões em junho.

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BRF também tem prejuízo, em meio ao cenário econômico negativo nos EUA. A empresa divulgou prejuízo líquido de R$ 1,337 bilhão no segundo trimestre, enquanto o Ebitda ajustado caiu 32,7%, para R$ 1,006 bilhão. A receita líquida recuou 5,7%, para R$ 12,2 bilhões.

Marfrig tem lucro líquido de R$ 784 milhões no segundo trimestre. Embora positivo, o resultado é bem menor do que o registrado um ano antes, quando a empresa teve lucro líquido de R$ 4,3 bilhões. O Ebitda consolidado somou R$ 2,299 bilhões, queda de 42,3% na comparação anual. Paralelamente, seu Conselho de Administração anunciou o aumento de capital da Marfrig de um mínimo de R$ 1,5 bilhão ao máximo de R$ 2,163 bilhões.

Itaúsa divulga lucro líquido recorrente de R$ 3,437 bilhões. Números do segundo trimestre representam uma alta de 14,5% na comparação anual. A companhia também confirmou o pagamento de JCP (Juros sobre Capital Próprio) de R$ 0,0235 por ação (valor bruto). A distribuição será feita em 2 de outubro, com data ex em 17 de agosto. O grupo ainda anunciou aumento de capital de R$ 877 milhões, mediante subscrição privada, ao preço de R$ 6,50 ação. Vale destacar que os acionistas poderão usar JCP a receber para subscrever ações. Segundo a empresa, o aumento de capital tem como objetivo reforçar caixa e elevar liquidez das ações.

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Veja como foi o fechamento de dólar, euro e Bolsa na segunda-feira (14):

Dólar: +1,25%, a R$ 4,966
Euro: +0,88%, a R$ 5,415
B3 (Ibovespa): -1,06%, aos 116.809,55 pontos

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